A provisão para risco de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em 2016, atingiu R$ 9,1 bilhões, enquanto no ano anterior ficou em R$ 1,4 bilhão. Além do mínimo determinado pela Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) para a exigência de provisionamento, o banco reconheceu de forma complementar mais R$ 1,3 bilhão. O resultado foi apresentado nesta sexta-feira, 10, pela instituição.
De acordo com a instituição, o aumento do volume de provisões em 2016 baseada na avaliação dos ratings (notas de risco) atribuídos aos devedores, reflete o alinhamento da carteira de crédito e dos repasses do Sistema BNDES à conjuntura econômica do ano passado, que foi marcada pela piora do risco setorial.
O diretor da Área de Controladoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ricardo Baldin, informou que a instituição preferiu adotar procedimentos conservadores. “De uma maneira geral fez com que a gente tivesse procedimentos conservadores até para proteger o patrimônio do banco e aumentamos a provisão. Inclusive fizemos uma provisão adicional para dar margem a eventuais surpresas que a gente possa ter. Coisa que o banco não vinha fazendo. Não era praxe do banco fazer provisões adicionais. Nesse ano [2016], a partir de setembro a gente já tomou este procedimento de ser mais conservador que a norma do Banco Central”, disse.
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Para o diretor, o BNDES tem que seguir rigidamente algumas normas e reavaliar os créditos periodicamente, porque o cenário macroeconômico não é dos melhores. Baldin afirmou que os ratings das empresas devedoras variam muito e, mesmo que sejam adimplentes as suas demonstrações financeiras, podem mostrar que elas estão com mais fragilidade do que em períodos anteriores.
“Isso tudo tem impacto na provisão. Na medida em que tenho uma reavaliação de ratings periodicamente e aí tenho que ser bastante conservador, isso acontece, e, na verdade, tem uma provisão adicional. Isso não necessariamente está diretamente relacionado à inadimplência. Está relacionado, sim, à reavaliação de ratings que a gente faz periodicamente até por norma regulamentar”, completou.
O diretor informou ainda que a elevação não pode ser atribuída a um caso específico de alguma empresa que recebeu financiamento. “No conjunto das empresas que são devedoras do BNDES, de acordo com o Banco Central, precisamos fazer uma reavaliação de rating e, dentro dessa avaliação, no conjunto dos financiamentos, houve uma baixa de certa forma enraizada, até por conta do cenário macroeconômico. Não estamos nos referindo a este ou aquele caso”, contou.
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Com o aumento da provisão para risco de crédito, o BNDES também reconheceu, no balanço de 2016, os créditos tributários referentes a essas despesas. De acordo com a instituição, a medida gerou impacto positivo de R$ 4,8 bilhões no resultado do ano passado. O crédito tributário, segundo o diretor, é o que a instituição paga de imposto de renda sobre a despesa que não é dedutível temporariamente, como a provisão para devedores duvidosos. O valor só é compensado no futuro, quando o crédito passar a ser dedutível.
Mesmo com o cenário de deterioração do crédito no Brasil em 2016, o BNDES manteve a qualidade de sua carteira. Do total das operações 96,4% eram classificadas entre os níveis de AA e C, considerados de baixo risco.
Inadimplência
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No dia 31 de dezembro do ano passado, o índice de inadimplência para 30 dias alcançou 2,81%, enquanto na mesma dada em 2015 era de 0,06%, refletindo, segundo o banco, a retração da economia brasileira e a piora dos ratings atribuídos a alguns beneficiários.
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