Após o cerco policial e a caçada a assaltantes do Sicredi em Vale Verde, policiais militares foram denunciados por supostas agressões e torturas. Quatro pessoas foram presas na segunda-feira, suspeitas de tentar resgatar os criminosos, e quando levados até a Delegacia de Polícia de Venâncio Aires para prestar depoimentos, os dois homens e duas mulheres alegaram ter sido mantidos em cárcere privado e torturados para entregar a localização dos comparsas. A Brigada Militar divulgou uma nota de esclarecimento na tarde desta terça-feira, 13, sobre as acusações.
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À Polícia Civil, os suspeitos disseram que estariam presos desde domingo e relataram uma série de agressões e torturas durante a madrugada; teriam sido obrigados a ficar nus, sufocados com camisetas molhadas, receberam socos, pontapés e um dos presos teria sofrido uma tentativa de introduzir uma barra de ferro no ânus. À Gazeta do Sul, o delegado regional e titular da DP de Vale Verde, Luciano Menezes, disse que os policiais militares invadiram a casa de uma das suspeitas sem mandado judicial, invalidando provas. Segundo ele, a denúncia será encaminhada para a Corregedoria da Brigada Militar e para o Ministério Público.
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Conforme o comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Giovani Paim Moresco, no texto divulgado pela BM, os suspeitos foram apresentados à Polícia Civil, passaram por atendimento médico e o laudo não apontou lesões nos envolvidos. O coronel ainda disse que estas pessoas estão se valendo de um último recurso para prejudicar o trabalho da Brigada Militar. Confira o texto na íntegra:
Nota de Esclarecimento
Na qualidade de Comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar, unidade operacional que coordenou todas as ações de polícia ostensiva diretas no roubo ao Banco SICREDI, no município de Vale Verde, em 08 de agosto de 2019, vem a público esclarecer situação ventilada na imprensa local, a partir da prisão de quatro indivíduos envolvidos no resgate dos criminosos que efetuaram o roubo. Na madrugada da última segunda-feira (12/08/2019), após quase 96 horas de cerco policial e buscas ininterruptas, tendo abordado cerca de 900 veículos e mais de 2.500 pessoas, a Brigada Militar prendeu quatro indivíduos que após serem identificados e afirmarem a participação direta no resgate, além da coleta de materialidade, foram adotadas todas as medidas protocolares, tendo sido devidamente apresentados à autoridade de polícia civil local, por associação criminosa. Nos causa surpresa quanto à situação divulgada pois é rito formal a condução para atendimento médico, o que foi feito e cujo laudo não apontou quaisquer lesões em todos os quatro envolvidos criminosamente no resgate dos autores do roubo. Por certo que em situações desta envergadura, pessoas envolvidas com fatos criminosos de gravíssimo potencial lesivo à sociedade de bem, colocando em risco a vida de inúmeras pessoas em momentos de risco como a utilização destas em um “cordão humano”, podem se valer do último recurso como denegrir o excelente trabalho da Brigada Militar e salvar-se do líquido e certo, como o que se apresenta neste momento. Evidencio a responsabilidade que deve ser observada na emissão de qualquer avaliação prematura, invertendo os papéis sociais, daqueles que agem em nome da sociedade, com o sacrifício de suas vidas e daqueles do outro lado da cortina da lei, perniciosos ao bem comum da coletividade, com quaisquer motivos, circunstâncias ou protagonismos que estejam buscando. Por óbvio, como não poderia ser diferente e nunca foi, qualquer situação apurada que nos chegue ao conhecimento e tangencie a legalidade, serão adotadas as medidas de Polícia Judiciária Militar que nos cabem para a apuração dos fatos e suas circunstâncias.
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GIOVANI PAIM MORESCO – Tenente Coronel QOEM
Comandante do 23º BPM
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