Um dos eventos mais esperados pelo varejo está próximo. No dia 29 de novembro ocorre a XV edição da Black Friday Brasil. O evento iniciou em 1961, na Filadélfia, nos Estados Unidos, e é realizado na última sexta-feira do mês de novembro, um dia após o feriado de Ação de Graças, que leva os americanos a se deslocarem por grandes distâncias para se encontrarem e confraternizarem com seus familiares. No Brasil, a primeira Black Friday foi realizada em 2010 e, hoje, está consolidada, mas o Dia de Ação de Graças não “pegou” ou, pelo menos, é pouco lembrado.
Mesmo quem não se interessa pelas promoções, não dá para ignorar as propagandas maciças da Black Friday, principalmente na televisão, que deixou de restringir-se a um dia somente para acontecer durante todo o mês de novembro. Aliás, o segredo das ofertas do dia específico da Black Friday é que não são reveladas com muita antecedência. Dessa forma, as pessoas precisam tomar decisões de compra mais rapidamente do que o normal. A pressão de uma venda com tempo limitado significa que geralmente não temos tempo suficiente para refletir e decidir se devemos ou não comprar algo e a luta interna para evitar o remorso é acelerada. Essa é uma das razões pelas quais fazemos compras por impulso – porque os varejistas nos forçam a tomar uma decisão rápida e, quando isso acontece, há grande chance de fazermos escolhas e tomarmos decisões equivocadas.
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Assim, com as promoções que permitirão realizar sonhos de consumo, podendo economizar nas compras de praticamente tudo, investir por menos e até frequentar cursos com valores menores, existem muitas recomendações e dicas para os consumidores se darem bem na Black Friday, sem ficarem endividados e não serem vítimas de “black fraudes”:
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Além de longas filas cansativas e consumidores enlouquecidos, a Black Friday pode trazer muitas ameaças, também. Como já aconteceu na primeira de 2010 e vai se repetindo, ano após ano, embora em números decrescentes, a Black Friday Brasil apresenta muitos problemas. Por exemplo, há lojas que não atendem ao que prometem, tem falta de produtos, omitem o preço do frete (em alguns casos, é mais caro que o produto comprado), descuidam do atendimento e, principalmente, maquiam preços. É o famoso “tudo pela metade do dobro do preço”, artimanha de aumentar o preço poucos dias antes do evento e conceder desconto.
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Felizmente, com um perfil de consumidor mais exigente, hoje em dia, o espaço para a malandragem de varejistas é cada vez menor porque as redes sociais facilitam a troca de informações entre usuários; eventual falcatrua é rapidamente replicada entre pessoas próximas e grupos, detonando com lojas. Além disso, sites especializados já monitoram preços de lojas, alguns há vários meses, e fazem comparações, dando ao consumidor maior segurança de que não está sendo enganado com promoções falsas. O ideal seria que o próprio consumidor já tivesse pesquisado preços para comparar com as ofertas, verificando se realmente houve uma redução.
Outro grande risco para o consumidor são as tentativas de golpes, principalmente na internet, que ocorrem durante todo o ano, mas que nesses eventos são potencializados, com a criação de páginas e aplicativos fraudulentos para captar dados bancários e outras informações pessoais de consumidores. No “Mapa da Fraude – Black Friday 2023”, a ClearSale aponta que, entre os dia 23 e 26 de novembro do ano passado, foram pelo menos 400 tentativas de vendas criminosas por hora, o que corresponde a mais de R$ 10 milhões somados.
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Quase ninguém se dá conta disso, mas, o maior risco para o consumidor é o próprio consumidor! Se dinheiro na mão é vendaval, o cartão de crédito pode ser tempestade. O que leva as pessoas a comprarem tanto em um único dia, como se não houvesse amanhã? Por que é tão difícil resistir ao impulso de comprar? Para ambas as perguntas é necessário refletir se o ato de consumir é fruto de uma necessidade de compra real ou de subterfúgio às pressões do cotidiano. A cultura de consumo faz com que as pessoas comprem produtos ou serviços que, muitas vezes, elas não precisam.
Por último, vale aquela recomendação para o consumo de bebidas alcoólicas: aproveite com moderação. Como diz o educador financeiro e autor de livros, Reinaldo Domingos, “fazer compras de forma planejada e consciente é um dos principais segredos da educação financeira e da arte de poupar. Será mais difícil deixar-se levar por impulsos consumistas ou por apelos publicitários. Havendo dificuldades com isso, procurar cursos, palestras e livros sobre educação financeira, que ajudam a mudar o comportamento com relação ao uso do dinheiro”.
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