No próximo dia 26 de novembro, ocorre a XII edição da Black Friday Brasil. Réplica de evento iniciado, em 1961, na Filadélfia (USA), na última sexta-feira do mês de novembro de cada ano, um dia depois do feriado de Ação de Graças, e promovido em várias cidades do mundo, é considerada uma das datas mais importantes e estratégicas do varejo do Brasil. Mesmo com a situação econômica ainda desfavorável, em parte como consequência da pandemia do coronavírus, iniciada em março de 2020, e que impôs enormes dificuldades sociais, econômicas e financeiras, exigindo mudanças e adaptações para famílias, empresas e governos, as expectativas para essa Black Friday estão bem altas.
Para os lojistas, o ideal seria que, quem quisesse participar do evento, já tivesse começado os preparativos em meados do mês de setembro, quando teria tempo para preparar toda a estratégia, envolvendo fornecedores, marketing e sua estrutura – atendimento, logística e plataforma de vendas online. Mas, ainda há tempo para preparar-se e participar com mais segurança no grande dia das promoções, cuidando de alguns pontos como:
1) definir quais itens terão descontos;
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2) pensar na estratégia de marketing para atrair os clientes, tanto para a loja física quanto para virtual;
3) aproveitar o dia da Black Friday para fidelizar clientes, procurando conhecer o comportamento do consumidor, que, nesse dia, pode variar bastante; muitos se deixam levar pelo impulso;
4) reforçar a segurança: tanto nas lojas físicas, com maior movimento de pessoas, quanto das virtuais, em que a quantidade de visitas e pedidos aumenta muito, gerando um volume maior de transações;
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5) lembrar-se de fazer a gestão de estoque, à vista da proximidade do Natal.
Já para os consumidores, empolgados com as promoções que permitirão realizar sonhos de consumo, podendo economizar nas compras de praticamente tudo, investir por menos e até frequentar cursos com valores menores, existem muitas recomendações e dicas para se dar bem na Black Friday, sem ficar endividado e não ser vítima de “black fraudes”:
1) fazer um planejamento financeiro: a partir da realização do diagnóstico da situação financeira, conforme metodologia da DSOP Educação Financeira, apurar a disponibilidade financeira e os compromissos financeiros já assumidos, prever os gastos extras com o Natal e Ano novo, além das despesas de início de ano (material escolar, IPTU, IPVA, viagens, etc);
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2) estabelecer um teto de gastos: de acordo com o planejamento financeiro;
3) fazer uma lista do que quer comprar e de quem pretende presentear: um dos principais problemas de grandes promoções é a falta de foco;
4) não procurar somente o menor preço: muitos varejistas aproveitam a Black Friday para “desovar” estoque de produtos já superados por modelos mais novos;
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5) comparar os preços: é importante acompanhar o histórico de preço do produto para identificar eventual “maquiagem“;
6) cuidar com fraudes da internet;
7) ter poupado antes de comprar: quem poupa antes para comprar depois, geralmente leva vantagem;
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8) tomar empréstimo para comprar: fazer as contas para entender se, mesmo com as taxas/juros, vale a pena fazer o empréstimo.
A Black Friday pode trazer muitas ameaças, também. Como já aconteceu na primeira de 2010 e vai se repetindo, ano após ano, embora em números decrescentes, a Black Friday Brasil apresenta muitos problemas como as lojas não atenderem ao que prometeram, ter falta de produtos, omitir o preço do frete (em alguns casos, é mais caro que o produto comprado), descuidar do atendimento e, principalmente, maquiar preços. É o famoso “tudo pela metade do dobro do preço”, artimanha de aumentar o preço poucos dias antes do evento e conceder desconto. Felizmente, com um perfil de consumidor mais exigente, hoje em dia, o espaço para a malandragem de varejistas é cada vez menor porque as redes sociais facilitam a troca de informações entre usuários; eventual falcatrua é rapidamente replicada entre pessoas próximas e grupos, detonando com lojas. Além disso, sites especializados já monitoram preços de lojas, alguns há vários meses, e fazem comparações o que dá ao consumidor maior segurança de que não está sendo enganado com promoções falsas. O ideal seria que o próprio consumidor já tivesse pesquisado preços para comparar com as ofertas, verificando se realmente houve uma redução.
Outro grande risco para o consumidor são as tentativas de golpes, principalmente na internet, que ocorrem durante todo o ano, mas que nesses eventos são potencializados, com a criação de páginas e aplicativos fraudulentos para captar dados bancários e outras informações pessoais de consumidores. A Folha Online, em postagem de 09/11/2021, listou recomendações para não cair em golpes online:
1) verificar o endereço do site;
2) desconfiar dos primeiros links exibidos na busca do Google;
3) evitar entrar nos sites por links que chegam pelo WhastApp ou redes sociais;
4) procurar o produto em diferentes sites de lojas;
5) conferir o destinatário do pagamento, principalmente por boleto ou Pix;
6) redobrar a atenção com transações por Pix;
7) cuidar ao fornecer informações bancárias;
8) contatar autoridades se for vítima de algum crime online.
A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), preocupada para que o consumidor faça suas compras de maneira segura durante a Black Friday, também relacionou alguns cuidados, como dar preferência aos cartões virtuais para fazer as compras online, conferir o valor na maquininha do cartão antes de digitar a senha, conferir se o cartão devolvido é o seu, nunca usar computador público ou de um estranho para efetuar compras e sempre usar em seu computador ou smartphone softwares e aplicativos originais, com antivírus atualizado.
Quase ninguém se dá conta disso, mas o maior risco para o consumidor é o próprio consumidor! Se dinheiro na mão é vendaval, o cartão de crédito pode ser tempestade. O que leva as pessoas a comprarem tanto em um único dia, como se não houvesse amanhã? Por que é tão difícil resistir ao impulso de comprar? Para ambas as perguntas é preciso refletir se o ato de consumir é fruto de uma necessidade de compra real ou de subterfúgio às pressões do cotidiano. A cultura de consumo faz com que as pessoas comprem produtos ou serviços que, muitas vezes, elas não precisam. Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que quase 60% dos consumidores realizam compras por impulso. Pensando nisso, a Executiva de Estratégias e Operações da Simplic, fintech de crédito pessoal, Thaine Clemente, relacionou 5 dicas que ajudam a controlar o impulso por compras:
1ª) avaliar se a compra é uma necessidade real para o momento;
2ª) esperar um tempo;
3ª) não acreditar em tudo que está escrito; desconfiar de frases do tipo “é a última do estoque”, “a promoção acaba hoje”, etc;
4ª) cuidar com o uso do cartão de crédito: é um ótimo aliado no dia a dia, mas, dependendo de como é utilizado, pode ser tornar um inimigo para as finanças;
5ª) parar de seguir lojas no Instagram.
Mesmo com todos os cuidados, o consumidor pode constatar, frustrado, que fez uma compra errada. Nas compras por online, catálogo ou telefone, o Código de Defesa do Consumidor garante que o comprador pode pedir o cancelamento, sem qualquer justificativa, até sete dias depois de finalizado o pedido. Nas compras em loja física, a loja não é obrigada a cancelar o pedido, a menos que não tenha aplicado o desconto prometido. Outros casos, como a falta do produto, produto com defeito, prazo de entrega não cumprido, produto não se parece com o oferecido ou está errado, etc, o consumidor deve procurar a loja e, caso não consiga resolver a pendência, encaminhar o assunto a órgãos de defesa do consumidor.
Por último, vale aquela recomendação para o consumo de bebidas alcoólicas: aproveite com moderação. Como diz o educador financeiro e autor de livros, Reinaldo Domingos, “Fazer compras de forma planejada e consciente é um dos principais segredos da educação financeira e da arte de poupar. Será mais difícil deixar-se levar por impulsos consumistas ou por apelos publicitários. Havendo dificuldades com isso, procurar cursos, palestras e livros sobre educação financeira, que ajudam a mudar o comportamento com relação ao uso do dinheiro”.
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