No dia 24 de novembro, vai acontecer a Black Friday Brasil 2023. A data de compras historicamente acontece na última sexta-feira de novembro e iniciou em 1961, na Filadélfia (USA), um dia depois do feriado americano de Ação de Graças. O evento é promovido em várias cidades do mundo, inclusive no Brasil, e é considerada uma das datas mais importantes e estratégicas do varejo brasileiro.
De acordo com pesquisa encomendada pelo Google, neste ano o interesse pela Black Friday é o maior desde 2019. A pergunta mais frequente feita pelos internautas é em qual dia será a Black Friday. Já os principais objetos de desejo dos entrevistados são: 1) 69% tem interesse em eletrodomésticos, celulares e eletroportáteis; 2) 53% em vestuário; 3) 37% com beleza e cuidado pessoal; 4) 34% em produtos da casa: 5) 27% em alimentação.
O interesse da população pela Black Friday é inegável e é reflexo de uma perspectiva financeira pessoal mais positiva. De acordo com o levantamento do Google, 68% dos entrevistados acreditam que a situação econômica familiar vai melhorar até o final do ano, um aumento de 23 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano passado.
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Mesmo quem não se interessa pelas promoções, não dá para ignorar as propagandas maciças da Black Friday, principalmente na televisão, que deixou de restringir-se a um dia somente – a black friday – para acontecer durante todo o mês de novembro. Aliás, o segredo das ofertas do dia específico é que não são reveladas com muita antecedência. Dessa forma, as pessoas são obrigadas a tomar decisões de compra mais rapidamente do que o normal. A pressão de uma venda com tempo limitado significa que geralmente não temos tempo suficiente para refletir e decidir se devemos ou não comprar algo e a luta interna para evitar o remorso é acelerada. Essa é uma das razões pelas quais fazemos compras por impulso, porque os varejistas nos forçam a tomar uma decisão rápida e, quando isso acontece, há grande chance de fazermos escolhas e tomarmos decisões equivocadas.
Assim, empolgados com as promoções que permitirão realizar sonhos de consumo, podendo economizar nas compras de praticamente tudo, investir por menos e até frequentar cursos com valores menores, existem muitas recomendações e dicas para os consumidores se darem bem na Black Friday, sem ficarem endividados e não serem vítimas de “black fraudes”:
- Fazer planejamento financeiro, estabelecendo um teto de gastos: apurar a disponibilidade financeira e os compromissos já assumidos, prever os gastos extras com Natal e Ano novo, além das despesas de início de ano (material escolar, IPTU, IPVA, viagens, etc);
- Fazer uma lista do que quer comprar e de quem pretende presentear: um dos principais problemas de grandes promoções é a falta de foco;
- Não procurar somente o menor preço: muitos varejistas aproveitam a Black Friday para “desovar” estoque de produtos já superados por modelos mais novos;
- Comparar preços: é importante acompanhar o histórico de preço do produto para identificar eventual “maquiagem“ e pesquisar em outras lojas;
- Poupar antes de comprar: quem poupa antes para comprar depois, geralmente leva vantagem; se for tomar empréstimo, fazer as contas para verificar se, mesmo com as taxas de juros, vale a pena fazer a compra;
- Gerenciar os cartões de crédito: cuidar com as compras parceladas.
Além de longas filas cansativas e consumidores enlouquecidos, a Black Friday também pode trazer muitas ameaças. Como já aconteceu na primeira de 2010 e vai se repetindo, ano após ano, embora em números decrescentes, a Black Friday Brasil apresenta muitos problemas como as lojas não atenderem ao que prometeram, ter falta de produtos, omitir o preço do frete (em alguns casos, é mais caro que o produto comprado), descuidar do atendimento e, principalmente, maquiar preços. É o famoso “tudo pela metade do dobro do preço”, artimanha de aumentar o preço poucos dias antes do evento e conceder desconto.
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Felizmente, com um perfil de consumidor mais exigente hoje em dia, o espaço para a malandragem de varejistas é cada vez menor porque as redes sociais facilitam a troca de informações entre usuários. Uma eventual falcatrua é rapidamente replicada entre pessoas próximas e grupos, detonando as lojas. Além disso, sites especializados já monitoram preços de lojas, alguns há vários meses, e fazem comparações, dando ao consumidor maior segurança de que não está sendo enganado com promoções falsas. O ideal seria que o próprio consumidor já tivesse pesquisado preços para comparar com as ofertas, verificando se realmente houve redução.
Outro grande risco para o consumidor são as tentativas de golpes, principalmente na internet, que ocorrem durante todo o ano, mas que nesses eventos são potencializados, com a criação de páginas e aplicativos fraudulentos para captar dados bancários e outras informações pessoais de consumidores.
Quase ninguém se dá conta disso, mas o maior risco para o consumidor é o próprio consumidor! Se dinheiro na mão é vendaval, o cartão de crédito pode ser tempestade. O que leva as pessoas a comprarem tanto em um único dia, como se não houvesse amanhã? Por que é tão difícil resistir ao impulso de comprar? Para ambas as perguntas é preciso refletir se o ato de consumir é fruto de uma necessidade de compra real ou de subterfúgio às pressões do cotidiano. A cultura de consumo faz com que as pessoas comprem produtos ou serviços que, muitas vezes, elas não precisam.
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Por último, vale aquela recomendação para o consumo de bebidas alcoólicas: aproveite com moderação. Como diz o educador financeiro e autor de livros, Reinaldo Domingos, “Fazer compras de forma planejada e consciente é um dos principais segredos da educação financeira e da arte de poupar. Será mais difícil deixar-se levar por impulsos consumistas ou por apelos publicitários. Havendo dificuldades com isso, procurar cursos, palestras e livros sobre educação financeira, que ajudam a mudar o comportamento com relação ao uso do dinheiro”.
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