A candelariense Flávia Helena Aires Sousa, 28 anos, desembarca hoje na Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) – base do Brasil, localizada na Península Keller, na Baía do Almirantado, na Ilha Rei George, arquipélago no Sul da Antártida. Natural da localidade de Pinheiro, interior de Candelária, a bióloga e aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), campus São Gabriel, ficará na região mais fria do planeta. O retorno para o Brasil está previsto para 20 de março.

Até lá, integrando um grupo de pesquisa do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), Flávia ficará acampada na Ilha de Livingston. Ela realizará estudos sobre a diversidade e ecologia vegetal e fúngica do local.

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Junto com os pesquisadores Fernando Augusto Bertazzo da Silva e Jorge Renato Pinheiro Velloso – que realizam a expedição pela segunda vez –, o objetivo é também entender como as mudanças climáticas afetam esses organismos. “Embora a Antártida seja um continente tão extremo, sua biodiversidade é única, tornando-se o sonho de qualquer biólogo”, salienta ela.

A bióloga, que faz sua primeira expedição, enfatiza que essa experiência é um divisor de águas na sua vida. “Ter a oportunidade de estar na Antártida e estudar a microbiota desse continente, tão diferente de tudo que temos na Terra, é essencial para o desenvolvimento de políticas públicas de conservação do nosso planeta.”

Flávia conta que a oportunidade surgiu através do professor da Unipampa, seu orientador, Jair Putzke, que tem uma parceria com o projeto Terrantar da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Todo o apoio logístico, de deslocamentos, custeio, é feito pelo programa e pela Marinha do Brasil. “Espero incentivar outras jovens pesquisadoras do interior do Rio Grande do Sul, mostrando que é possível contribuir com a ciência polar e a soberania do Brasil na Antártida.”

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Viagem

Flávia saiu de Pelotas na quinta-feira passada com destino a Punta Arenas, no Chile, a bordo do avião KC-390 da Força Aérea Brasileira. No sábado, embarcou no Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel, da Marinha, com destino à Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), onde deve chegar nesta terça-feira, 28.

No fim de semana, se as condições climáticas estiverem favoráveis (sem neve ou chuva), a bióloga irá de helicóptero à Ilha de Livingston, onde será lançada e ficará por pelo menos um mês, sendo recolhida no início de março.

Ela conta que a viagem está sendo enriquecedora. “As paisagens são belíssimas e de encher os olhos. Estar embarcada em um navio com pesquisadores de diferentes áreas. É uma experiência fantástica, uma oportunidade incrível de troca de experiências. Além disso, contribuir com a ciência polar produzida pelo Brasil nessas mais de quatro décadas de Operantar é a realização de um sonho como pesquisadora.”

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