Há cerca de dez anos, o ciclismo passou a fazer parte da rotina do sobradinhense Carlos Côrrea da Rosa. Desde então, ele vem descobrindo os benefícios da prática, que tem conquistado cada vez mais pessoas e inspirado projetos públicos e privados, inclusive no Vale do Rio Pardo.
Morador de Santa Cruz do Sul há 15 anos, Carlos é gerente regional adjunto da Emater/RS de Soledade, onde responde pela área de turismo. Atento ao bom momento do cicloturismo, ele foi em busca de experiências que podem contribuir para a implantação de roteiros regionais. No último dia 18, iniciou uma viagem no Circuito das Cascatas e Montanhas. A experiência durou três dias e envolveu um roteiro de 123 quilômetros, passando por Rolante, Riozinho e São Francisco de Paula. Além do contato com a natureza, com as diversas cascatas espalhadas no trecho, e o ambiente colonial, ele vivenciou parte da cultura histórica e a gastronomia típica da região.
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O roteiro, que geralmente costuma ser dividido em quatro etapas, um para cada dia de pedalada, foi concluído em três dias. “Como estávamos descansados e há o fato de o percurso ser bastante difícil em função da altimetria, que é o acúmulo de metros que se sobre ao pedalar, preconizamos a primeira e a segunda etapa no primeiro dia. A terceira etapa foi no segundo dia, e a quarta no terceiro dia”, esclarece. Quem o acompanhou na viagem sobre rodas foi o ciclista profissional Guilherme Rodrigues, de Santa Maria.
Conforme Rosa, um objetivo da viagem também foi conhecer as potencialidades e as belezas da região. Outra intenção, ressalta, foi buscar conhecimento sobre como o circuito de cicloturismo está inserido na vida das famílias rurais e nos empreendimentos localizados no trajeto. A experiência pode contribuir para os circuitos que estão sendo implantados no Vale do Rio Pardo.
“Fui analisar os pontos positivos e negativos. Pude conhecer a experiência e o engajamento das famílias que participam do projeto no circuito, saber quais os tipos de produtos que por elas estão sendo oferecidos aos cicloturistas, além da forma que estão adotando para receber os turistas”, frisa. “Também analisamos, entre outros itens, o cicloturismo como ferramenta de desenvolvimento, tanto das localidades quanto para as famílias.”
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Um dos pontos positivos que o Circuito de Cascatas e Montanhas possui, e que deverá ser implementado nos dois projetos que atualmente estão em formatação no Vale do Rio Pardo, e que devem ser concluídos até dezembro (o Circuito Rota Germânica e Circuito Paleontológico), é a forma de acolhida dos cicloturistas. As famílias rurais que participam do programa são capacitadas e sensibilizadas para atender bem o turista.
“Paramos em uma casa para pedir água, em outra para comer bergamotas, que é a fruta da estação. Na casa de duas famílias fomos recebidos para almoçar na cozinha deles, junto com os moradores. Em uma delas pernoitamos. Percebeu-se, que todas, por unanimidade, nos receberam muito bem”, destaca. E esse é o objetivo do cicloturismo, pontua. “Se apropriar do que está acontecendo dentro do circuito, contemplar as belezas naturais, as pessoas da região, o contato com a gastronomia e, em especial, a cultura daquele lugar. Coisas que em um passeio de carro ou de ônibus seriam inviáveis”, afirma.
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Contudo, dois pontos negativos foram aponta dos. Um deles refere-se à subtração de placas de sinalização no roteiro por conta do vandalismo. O que dificultou a realização do percurso. “Em alguns pontos, as placas que possuem base de cano galvanizado foram arrancadas. Tivemos que nos basear por outros meios. No Vale do Rio Pardo, iremos preconizar a utilização de estrutura em madeira, que, além de ser mais econômica, é de fácil reposição”, salienta.
Além da questão da sinalização, foi também observada a falta de informação em alguns pontos do circuito. “Havia pessoas que não conheciam o circuito, isso que ele existe há seis anos. Chegamos em um restaurante, em Riozinho, e o proprietário nos informou um trajeto mais curto para chegar à Cascata do Chuvisqueiro, quando o circuito previa uma pedalada de mais de 30 quilômetros, passando por mais dois pontos de belezas naturais”, ressalta. “Em outro local, a recepcionista de um hotel em São Francisco de Paula não sabia dizer por onde passava o circuito. Isso que o circuito passa ao lado da porta do empreendimento. São coisas que não podemos deixar que aconteçam aqui.”
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Um dia para as bicicletas
Elas estão por toda a parte. Nos últimos tempos, as bicicletas se tornaram ainda mais populares, fomentando toda uma economia, que envolve lojas especializadas e prestadores de serviços. Essa importância levou à criação do Dia Mundial da Bicicleta, que é celebrado hoje. O objetivo da data é promover as bikes como meio de transporte ambientalmente correto e ainda como aliada para a saúde. Seja por conveniência ou como passatempo, andar de bicicleta é uma prática que tem aumentado em nível mundial. Em Santa Cruz do Sul, inclusive, existe um trecho com ciclofaixa que passa pela área urbana e também na região de Linha Santa Cruz, que é amplamente utilizado pelo público no dia a dia, seja como lazer ou meio de transporte.
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Para saber
O ciclismo é considerado uma das atividades físicas mais completas. Como exercício, proporciona melhora no sistema cardiovascular, fortalecimento, melhora na resistência, e se torna um aliado do emagrecimento. Além disso, contribui para a mobilidade urbana, um aspecto altamente valorizado nos dias de hoje.
PROJETOS PARA A REGIÃO
Circuito Rota Germânica: Começa e termina em Santa Cruz do Sul, envolvendo todos os municípios do Vale do Rio Pardo. O traçado do circuito foi definido nesta semana e terá 275 quilômetros de extensão.
Circuito Paleontológico Vale dos Dinossauros: Começa em Candelária e vai até a Quarta Colônia de Imigração Italiana, próximo a Santa Maria, no município de São João do Polêsine. Depois, sobre em direção a Nova Palma e Ibarama, passando pelo município de Passa Sete, e retorna a Candelária. O percurso é de 320 quilômetros. Previsão de conclusão em dezembro.
Em estudo: Um circuito que vai unir os Vales do Rio Pardo e Taquari. Serão aproximadamente 400 quilômetros. Municípios da região, como Venâncio Aires, por exemplo, planejam implantar o seu próprio circuito. Com percurso menor, o objetivo será divulgar as suas belezas naturais.
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