Pedalar nunca esteve tão em alta. Seja nos grandes centros ou nas cidades menores, as bicicletas conquistaram protagonismo como meio de transporte ou como aliadas na prática de atividades físicas.
Com a pandemia do novo coronavírus, embora diante das orientações relacionadas ao distanciamento social, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, na medida do possível e respeitando os protocolos de segurança, se pratique o ciclismo. Além da bicicleta ser um modal de transporte individual, ela não é poluente, o que contribui para manter os índices mais baixos de poluição atingidos durante a quarentena.
Em Santa Cruz do Sul e região, o interesse pelo ciclismo tem sido crescente, o que é facilmente observado nas ruas, onde o fluxo de pessoas pedalando é cada vez maior. “É um meio prático e, em geral, de baixo custo para se ter momentos de lazer, praticando uma atividade física, e segura ao ar livre”, diz João Vitor Quadros, gerente administrativo da Claudinho Bicicletas. Segundo ele, a pandemia contribuiu para isso. “Essa nova realidade fez com que sentíssemos falta da nossa liberdade de ir e vir, da prática de uma atividade física, a luz do sol, o contato com a natureza e o ar puro”, completa.
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Um segmento que está sempre inovando, o das bicicletas tem apresentado tecnologias que visam facilitar o cotidiano dos usuários, tanto para quem pratica por esporte, lazer ou cicloturismo. Segundo João, entre tantos avanços, os que mais se destacam são os relacionados à geometria das bicicletas e os materiais com que elas são feitas. “As bicicletas atuais, sejam elas de qualquer uma das modalidade existentes, são muito mais confortáveis e seguras do que as de antigamente. O estudo do posicionamento do ciclista na bicicleta (bikefit), tem proporcionado uma experiência mais agradável. A variedade de tamanhos de quadros, componentes, selins (bancos), largura dos pneus. Tudo isso tem evoluído junto, transformando o ciclismo como um todo em uma atividade prazerosa e viciante”, completa.
BENEFÍCIOS
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1- Pedalar exige grande esforço físico. Por esse motivo, assim como em muitos outros tipos de atividades, vários músculos do corpo são ativados quando você está sobre as duas rodas. O ciclismo se destaca, nesse sentido, por ser um dos esportes que estimula quase todos os grupos musculares. Então, ao contrário do que muita gente pensa, o ato de pedalar não é bom apenas para as pernas, mas para todo o corpo.
2- Ao andar de bicicleta é preciso manter o controle da respiração, já que esse tipo de exercício exige muito oxigênio. Isso faz com que os pulmões sejam ativados com maior intensidade e fiquem mais fortes. Em consequência disso, o fôlego aumentará, efeito que é visto a longo prazo. O melhor de tudo isso é que os reflexos desses benefícios serão sentidos em outros momentos. Dessa maneira, subir uma rua bem íngreme, por exemplo, será uma tarefa bem mais fácil.
3- O ato de pedalar também ajuda a controlar a glicemia, ou seja, o nível de açúcar no sangue. Isso ocorre porque o corpo aumenta a produção de insulina durante a prática da atividade. Com isso, o transporte desse hormônio responsável por permitir a entrada de glicose nas células é facilitado. Por esse motivo, pedalar significa prevenir ou, ao menos, reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes, doença que pode decorrer dos altos níveis de glicemia, bastante perigosa e que atinge muitos brasileiros.
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4- Outro benefício do ciclismo para o sangue é a melhora do seu fluxo pelas veias e artérias. O que ocorre é que, com o esforço físico, o coração bate mais forte, fazendo com que o fluxo sanguíneo seja maior. Como a pressão arterial ocorre a partir da força que o sangue faz nas paredes internas das cavidades por onde passa, ao pedalar, ela diminui.
5- Da mesma forma como ocorre em outras atividades físicas, o ciclismo faz aumentar o metabolismo, ou seja, os processos de anabolismo e catabolismo que liberam energia para o nosso corpo. A partir disso, as substâncias que contêm o colesterol ruim (LDL) são queimadas mais rapidamente. O efeito disso é a redução dos níveis de colesterol no sangue, prevenindo problemas de saúde mais graves relacionados a esse fator – como o infarto, por exemplo. E associado a tudo isso, a atividade também contribui para a perda de peso.
Apesar dos benefícios para a promoção da saúde, o uso das bicicletas como meio de transporte pode ampliar o risco de acidentes. No entanto, isso não impede o fortalecimento de políticas públicas de valorização desse veículo, seja por meio de obras públicas como as faixas exclusivas ou sistemas de sinalização. Para João Vitor Quadros, que também é praticante do ciclismo, os investimentos em infraestrutura seriam ideais para fomentar a prática. No entanto, ele destaca a importância de se desenvolver um trabalho conjunto voltado à educação e conscientização dos condutores de veículos a fim de prevenir acidentes. “Trabalhar a segurança dos locais por onde transitam os ciclistas também irá contribuir fortemente para o crescimento dessa atividade na região. E quando digo segurança, me refiro não só à sinalização para veículos, mas principalmente o monitoramento dos locais, a iluminação e o tráfego de viaturas para assegurar o bem estar daqueles que utilizam das rotas para bicicletas”, ressalta.
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