Desde 2019 há esforços para aglutinar diferentes segmentos culturais voltados para o cultivo da herança cultural de origem germânica, com a intenção de celebrar condignamente os 200 anos da presença alemã, advinda da imigração oficialmente planejada para o Brasil.
Com essa intenção, foram criados grupos de debate e planejamento via WhatsApp – um deles é o Comitê Científico que reúne pesquisadores, tanto do Brasil quanto da Alemanha e dos EUA. Esse grupo, coordenado pelo representante da Universidade de Potsdam no Brasil, Sven Dinklage, organiza mesas de debate, via YouTube, com diferentes temas concernentes à história da imigração e da migração, além de organizar simpósio. Participante do grupo, o professor dr. Jorge Luiz da Cunha organizou um grande projeto de publicações e traduções, do qual participam diferentes instituições de ensino superior e pessoas ligadas às questões relativas à imigração.
Outro grupo, voltado para diversas temáticas relacionadas ao legado cultural, é a Comissão Bicentenário, coordenada por André Rotta. Ela divulga eventos relativos à cultura alemã no Brasil e organiza lives pelo YouTube. Grande empenho vem também da parte da Feccab – Federação dos Centros de Cultura Alemã no Brasil – e de seu presidente, Nelson Peter, para a organização de celebrações dos 200 anos; além de outras iniciativas e apoios, realizou recentemente um congresso, e atualmente divulga a história das danças germânicas sob o título “Uma dança por dia”. Participo de todos esses grupos.
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Também o Instituto São Leopoldo está muito envolvido na organização, e também em outras paragens do espaço rio-grandense e do País, como em Santa Catarina, Nova Friburgo (RJ), Petrópolis (RJ), Juiz de Fora (MG), Domingos Martins (ES), há movimentos e organizações voltadas para a celebração do bicentenário.
Aqui em Santa Cruz, quando faltavam 400 dias para a data oficial, o governo municipal marcou sua participação com um café colonial. Na ocasião, oficializou o projeto para a instalação do Parque da Imigração Alemã, que pretende preservar não somente a memória, mas também ser espaço para valorizar e vivenciar a herança cultural germânica do município.
A Academia de Letras de Santa Cruz do Sul está organizando, para o ano do bicentenário, o quarto Congresso das Academias do Rio Grande do Sul, sob o tema “Memória e Comunicação”, uma forma de também homenagear a participação de escritores e imprensa na composição da memória literária de nosso Estado.
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O governo do Estado do Rio Grande do Sul convocou por decreto, já em 2021, uma comissão estadual preparatória para o bicentenário. No entanto, uma primeira reunião somente aconteceu recentemente, em 4 de julho de 2023. O Estado se coloca como “parceiro de todas as instituições e pessoas interessadas em fazer, ao longo de 2024, eventos e projetos que celebrem a vida e a pessoa humana tomando como referência histórica os 200 anos da imigração alemã” – Rafael Gessinger, subsecretário da Justiça e Integridade Institucional das SJCDH/RS.
Entre todos esses empenhos, merece também destaque o projeto do vereador Raul Fritsch, por meio do qual a língua alemã, presente em Santa Cruz desde seu início, finalmente poderá ser reconhecida como patrimônio de nosso município. Esse reconhecimento possibilita tirar o idioma da invisibilidade a que foi relegado há muito tempo; enseja um novo olhar para um patrimônio que é de Santa Cruz desde sempre; enseja sua valorização e promoção nos mais diferentes espaços, sejam eles privados, públicos ou nos meios de comunicação. A promoção da língua alemã significa um olhar integrador entre o passado e o futuro, valioso na construção de novas pontes e fonte de progresso para o nosso município.
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