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Bicentenário da imigração: novas colônias espalharam-se por todo o Estado

Se São Leopoldo foi o marco do início da colonização alemã no Rio Grande do Sul e em todo o Sul do Brasil, em questão de poucos anos os imigrantes germânicos iam se espalhando, em novas levas, pelos mais diversos vales e rincões. Isso ocorria tanto em projetos de colonização fomentados pelo Império, num primeiro momento, quanto, logo após a Revolução Farroupilha (1835 e 1845), por esforço do governo da Província. A esses movimentos oficiais ainda se aliaram projetos de colônias privadas, idealizadas por empreendedores.

O primeiro momento da imigração foi o que ocorreu entre 1824 e 1830, quando acabou sendo interrompido em razão de distúrbios decorrentes da Guerra Cisplatina, pela qual o Brasil perdeu a sua Colônia Cisplatina, no embate com as Províncias do Prata (atual Argentina), que resultou na independência do Uruguai. E logo seguiu-se a Revolução Farroupilha, que colocou a rotina em todo o Estado em suspensão por uma década.

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Foi somente após a assinatura do Tratado de Paz de Ponche Verde, entre os revolucionários gaúchos e o império brasileiro, e já próximo à metade do século 19, que o movimento de colonização e ocupação de áreas pouco habitadas do Rio Grande do Sul foi retomado. Entre as primeiras regiões a receber colonos alemães naquele período estiveram a Colônia Santa Cruz, no interior de Rio Pardo, na área central do Estado; a Colônia Santo Ângelo, atual Agudo, às margens do Rio Jacuí, no Vale do Jacuí Centro; e a área serrana.

Nesse terreno, por exemplo, as primeiras famílias instalaram-se em Nova Petrópolis em 7 de setembro de 1858, quase em simultâneo à Colônia Santo Ângelo, onde chegaram em 1 de novembro de 1867. A Gazeta do Sul visitou o Arquivo Histórico Municipal Lino Grings, junto à Biblioteca Professora Elsa Hofstätter da Silva, e ali pôde tomar contato com o rico legado da imigração em Nova Petrópolis.

Segundo o coordenador do arquivo, Pedro Henrique Scheer, os colonos que chegaram à região eram renanos, pomeranos e boêmios. Até mesmo irlandeses e escoceses, que haviam fugido dos Estados Unidos devido a guerras por lá, foram identificados entre os pioneiros. “As pessoas vieram já cientes de que se fixariam aqui e trabalhariam a terra”, comenta. Em toda a área serrana, não foram incomuns ou casuais os confrontos com indígenas, que antes habitavam toda essa região.

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O antes e o depois

Um historiador, pesquisador e escritor natural de Osório, no Litoral Norte gaúcho, é responsável por uma das mais importantes contribuições na literatura nacional para que se possa compreender mais e melhor o processo de colonização alemã no Brasil. Rodrigo Trespach concedeu entrevista à Gazeta do Sul em mais de uma ocasião para enfatizar passagens de seu livro 1824, que está nas livrarias em nova edição, pela editora Citadel. O título remete ao ano da chegada dos primeiros imigrantes a São Leopoldo.

Mas Trespach recua no tempo até as décadas anteriores, em continente europeu, para então descrever o cenário político, econômico e social que motivou e implicou na saída, em massa, de pessoas para outras regiões do planeta. Foi nesse contexto que milhares saíram de cidades, reinos, ducados e condados para tentar nova vida no Brasil ou em outras regiões americanas. A Alemanha como a conhecemos, enquanto nação, sequer existia, o que só viria a acontecer em 1871.

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