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Bibi Perigosa, muito além da novela

A história real que inspirou a Bibi Perigosa, vivida por Juliana Paes na novela A Força do Querer, da autora Gloria Perez, chega agora às prateleiras das livrarias reeditada pela editora Novo Século – e já figura entre os livros mais vendidos. Em sua autobiografia, que não por acaso tem o título de Perigosa, Fabiana Escobar retrata em detalhes o mundo do tráfico de drogas na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, onde foi apelidada de “Baronesa do Pó”. 

O apelido veio quando o então marido, Saulo de Sá da Silva, comandava o tráfico na região como o Barão do Pó. Fabiana e Saulo foram casados por mais de 10 anos, a maior parte deles sem qualquer envolvimento com atividades ilícitas, e o divórcio veio em 2010, já após a prisão (e a fuga) do “Barão”. O livro, porém, veio ainda depois, com um empurrão da mídia e um conselho de Gloria Perez. 

“Escrevi Perigosa quando houve a ocupação da Rocinha, em 2011, após a exibição uma matéria sobre mim no Fantástico”, conta Fabiana em entrevista ao Estado. “Comecei a sofrer ataques, me procuraram para questionar sobre tudo que aconteceu, e eu pensei que deveria responder a todos de uma vez, escrevendo no meu blog.” 

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O conselho de Gloria Perez para que os relatos fossem transformados em livro veio quando a autora descobriu o blog de Fabiana, na época em que ainda fazia pesquisas para sua novela anterior, Salve Jorge. Assim que a primeira versão do livro saiu, Gloria disse para Fabiana que a Globo entraria em contato, pois ela pretendia fazer uma minissérie baseada na autobiografia. A tal série não veio, por um motivo que Fabiana desconhece, mas a sua história agora é contada na novela. 

“Está um espetáculo, a Juliana (Paes) mergulhou de cabeça na personagem”, elogia sua intérprete, que estudou vídeos seus para incorporar a Bibi Perigosa da TV. “Quem me conhece e assiste à novela fala que nem consegue enxergar a Juliana, só vê a mim”, diz empolgada. 

Apesar desse livro autobiográfico, a escrita não foi novidade na vida de Fabiana, que redigia histórias para suas bonecas na infância. “Quando era adolescente, cismava que faria uma novela. Escrevia capítulos e dava para minha irmã e minhas amigas, que pediam mais.”

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Depois do sofrimento que passou, não só com Saulo, mas também com o primeiro namorado, na adolescência, um jovem líder do tráfico assassinado na favela, o processo de escrita não foi fácil. “Nunca consegui reler, se começo, entro na história de novo e me emociono muito, nem identifico erros no texto.” A função de revisar coube aos dois filhos e à sua mãe. Todos apoiaram a decisão de Fabiana de contar sua história. “Percebo que ficaram orgulhosos de mim, por transformar algo tão ruim em uma coisa boa.”

Para Fabiana, o principal objetivo no livro, além de esclarecer, com suas próprias palavras, sua história de vida, é passar a mensagem de que é possível sair do mundo do tráfico, mesmo sem deixar a comunidade. “As pessoas podem ver que é possível melhorar e dar uma virada na vida”, diz a escritora, que até hoje ainda mora no morro – e sem medo. “Eles (traficantes) me veem. Não mexo com eles e eles não mexem comigo.”

Empolgada, já prepara os próximos livros. “Vou lançar um infantil, uma história que inventei e que contava para meus filhos.” Já outro, Eternamente Juntos, é um romance com toques de ficção científica, para jovens e adultos. “Totalmente fora da realidade do morro.”

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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