Beatriz Haddad Maia sentiu dores nas costas e teve de abandonar as oitavas de final de Wimbledon, contra a atual campeã Elena Rybakina, nesta segunda-feira, 10. O problema foi sentido ainda no primeiro set, no momento em que a brasileira perdia por 3 games a 1, e trouxe à tona um medo que já pairava sobre a tenista, em razão de seu histórico de lesões e do desgaste físico que vinha sendo acumulado ao longo do Grand Slam britânico.
Bia chegou a voltar para a quadra. Mostrou o espírito de perseverança que a levou a fazer história em Roland Garros, assim como vinha fazendo em Londres, e se esforçou para continuar, mas as dores venceram. Após as primeiras trocas, levou as mãos ao rosto para conter as lágrimas. Então, avisou que não tinha mais como continuar e recebeu um abraço de Rybakina, antes de deixar a quadra central aplaudida pela torcida.
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Pisar na grama de Wimbledon nesta segunda, contudo, já foi um feito histórico, uma vez que o Brasil não tinha uma representante nas oitavas do Major londrino desde 1968, ano em que a lenda Maria Esther Bueno foi eliminada nesta fase. Bia buscava quebrar outro tabu e se tornar a primeira a chegar às quartas desde Bueno, que foi vice-campeã em 1967. Se tivesse se classificado, a paulistana conseguiria um feito inédita para o tênis brasileiro na Era Aberta, iniciada em 1968.
Primeira brasileira a jogar na quadra central de Wimbledon desde a derrota de Teliana Pereira para Simona Halep, na primeira fase da edição de 2014, Bia viu Rybakina exibir a frieza pela qual é conhecida ainda nos primeiros instantes da partida. A casaque, chamada de Rainha de Gelo pelos fãs de tênis, abriu o primeiro set com um ace e fechou o game inicial com velocidade para sair na frente.
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A brasileira, que venceu Rybakina nos outros dois duelos que tiveram este ano, igualou a partida no game seguinte e empatou o set. Depois disso, contudo, apresentou dificuldades para encaixar seu jogo. Quando sofreu o ponto que terminou determinou a vitória da casaque no terceiro game e colocou 3 a 1 na parcial, Bia levou as mãos à região lombar, com dores, e iniciou o grande drama que a levou a decisão de abandonar a partida.
Diferentemente do que fez no jogo da terceira rodada de Wimbledon, fase em que bateu a romena Sorana Cirstea por 2 sets a 0, Beatriz Haddad Maia vinha fazendo jogos longos, de reação e três sets. Foram dez viradas neste ano. Em Roland Garros, por exemplo, foram três. Embora tenha destacado sua capacidade de reação, o cenário também gerou preocupação em relação a condição física da tenista, dona de um extenso histórico de lesões e cirurgias.
A brasileira chegou até a ser dúvida para Wimbledon, pois sentiu dores musculares na parte de trás do joelho direito em sua primeira partida na grama, no mês passado. Com isso, teve de desistir do Torneio de Birmingham e abandonou sua segunda partida em Eastbourne, também em lágrimas, a cinco dias do início do Grand Slam britânico. O novo problema deve tirar Bia também da disputa de duplas de Wimbledon. Ela disputaria a segunda rodada também nesta segunda-feira, ao lado da parceira belarussa Victoria Azarenka.
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