Perigosamente, Jimmy McGill vai se tornando mais Saul Goodman, o advogado trambiqueiro que ajudou e guiou Walter White, interpretado por Bryan Cranston, no mundo do crime em Breaking Bad. McGill, papel novamente muito bem interpretado por Bob Odenkirk, é a versão de Goodman em transformação. Ainda um bom moço – ou, pelo menos, dono de bom coração. Ele ainda não sabe para qual time joga, se está do lado de quem faz o bem ou dos mal-intencionados, e, a cada temporada, a balança perde o equilíbrio. Assim, nesta terça-feira, 11, começa o terceiro ano de Better Call Saul, que, no Brasil, tem novos episódios lançados semanalmente na Netflix – não se trata de uma produção original do serviço de streaming e, sim, do canal norte-americano AMC, por isso a periodicidade.
A sombra de Breaking Bad, série que se passa anos à frente de Better Call Saul, sempre foi a maior questão a ser combatida pelo seriado derivado. Premiadíssima, com 16 Emmys e 2 Globos de Ouro, a produção se estabeleceu como um dos principais nomes dessa nova era dourada da televisão. Ser um produto “filho” de tal marco dificultou o início. Fãs queriam a mesma narrativa, queriam ver Saul Goodman como o conheciam.
Não tiveram nada disso. McGill, por sua vez, é um personagem dos mais interessantes. Afoito, ele não sabe encontrar os caminhos certos a serem percorridos. Por vezes, escolhe atalhos distantes da lei. Sua versão como Goodman assumia a canastrice, mas, como McGill, ele ainda foge dela.
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Aos poucos, Better Call Saul prepara o terreno para o que vem na série que foi ao ar de 2008 a 2013. O protagonismo crescente do faz-tudo Mike Ehrmantraut (vivido por Jonathan Banks) deixou de ser um serviço aos fãs e ganhou arco próprio. Outros rostos conhecidos passaram a aparecer e engrossar o caldo – como Gus Fring (Giancarlo Esposito), que surge pela primeira vez na terceira temporada. No centro, McGill, que beira seu fim – para fazer nascer Goodman.
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