Iniciamos o ano convictos de que precisaríamos ampliar a fala ativa sobre o Cinturão Verde de Santa Cruz do Sul. Nós o fizemos através do artigo “Cinturão, meia lua verde minguante” (jornal Gazeta do Sul, 2/1/2023). No texto foi acentuado que ao se degradar o Cinturão Verde, estamos nos autodestruindo.
Num segundo artigo no mesmo jornal, em 17 de janeiro, foram apresentadas as “17 proposições ativantes”, de caráter tecnossensível, que se somaram a outras de corresponsabilidade coletiva. As proposições incluem ouvir toda a comunidade, atualizar um levantamento geoambiental integrativo, monitorar, remarcar os 463,79 hectares definidos em 1994 e potencializados para 1028,12 em 2013, pesquisar, valorizar os proprietários preservacionistas, categorizar o Cinturão como Unidade de Conservação e rever a normatização.
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De pronto, ainda em janeiro, o promotor Érico Barin promoveu audiência, expediu “Despacho” e instaurou “Procedimento Administrativo de acompanhamento de políticas públicas”. Seguiram-se reuniões com o Conselho do Meio Ambiente, e manifestações diversas se fizeram ouvir. A Câmara de Vereadores promoveu e acolheu debates pertinentes, assim como o Executivo Municipal impulsionou o processo de construção socioambiental.
A exemplo do editorial “Meio ambiente sob muita pressão” (Gazeta do Sul, 4 e 5 de março), assinado por Romar Beling, artigos, reportagens e entrevistas, nos diferentes órgãos de imprensa, repercutiram e ampliaram o enfoque preservacionista. Ao longo do ano, os educandários deram atenção especial à formação e pesquisa ambiental.
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Entre maio e junho, a semana do Meio Ambiente, organizada e realizada de forma coletiva e colaborativa, contou com a participação de mais de 30 entidades públicas e privadas. Da mobilização, centrada no Cinturão Verde, resultou a “Carta Aberta à Comunidade de Santa Cruz do Sul”.
Às 33 ações realizadas, somou-se a elaboração de um e-book sobre o Cinturão Verde. Ainda em junho, no Dia Mundial do Meio Ambiente, a Prefeitura, parceirizada com a Unisc e com o apoio da Corsan, Afubra, Emater, Comitê Pardo e Conselho do Meio Ambiente, lançou o Programa Municipal de Pagamento por Serviços Ambientais (PSAs), com intuito de proteger as nascentes de afluentes do Rio Pardinho no Distrito de Rio Pardinho.
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Aos apoiadores, veio se somar a Philip Morris. Segundo o secretário César Cecchinato, está prevista a implantação de outros PSAs tanto a montante quanto a jusante. No mês de setembro, por iniciativa da Prefeitura, foi eleita a temática da sustentabilidade enquanto foco local da Semana da Pátria.
Ao final de outubro, o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo promoveu o lançamento da louvável “Agenda Ambiental 2030 Cisvale”.
Evidencia-se, assim, uma crescente empatia preservacionista, ao tempo em que tem evoluído a percepção de que ao Cinturão Verde se agregam o Túnel Verde, o Lago Dourado, os Piscinões na Várzea, o Rio Pardinho, a Mata Atlântica, as praças e ruas arborizadas, os monumentos naturais e construídos, e entre outras, as diferenciadas expressões sacro/socio/econômico/culturais.
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Se, em alguma medida, foi exitosamente percorrida a trajetória ambiental deste ano, ela se faz apenas iniciada, até porque há muito a fazer e refazer. Nesse cenário saudamos a manifestação da prefeita Helena Hermany, que em recente diálogo ressaltou que pretende deixar um legado verde, especialmente em relação à Várzea e Cinturão Verde, no contexto de uma Cidade Ambiental.
O somatório dos esforços, proposições e iniciativas, citados ou não, mas igualmente relevantes, nos impulsiona para a ação transformadora, até porque os extremos climáticos convocam urgências.
Que neste Natal promissor, em clima de pretendida paz e solidariedade, um berço verde nos embale resolutivamente.
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