Voltar a Portugal foi como voltar no tempo, a cada passo uma nova descoberta, em cada olhar uma nova emoção. Após nove horas de voo, chegamos em Lisboa seguindo diretamente para Sintra. Chegar na cidade foi como entrar em um conto de fadas. Cercada por verdes morros, as emoções tomavam conta, enchendo os corações através dos casarões de séculos que nos recebiam pelas ladeiras sinuosas e ruas estreitas. As fontes de águas límpidas durante o trajeto são um convite para um casal selar seu amor ao beber delas. Épocas medievais descortinavam-se a cada momento em nossa frente. Tudo extremamente preservado e limpo, para que o turista usufrua ao máximo as delícias de um pastel de nata na confeitaria Periquita. Ruas e calçadas estreitas, decoradas por casarões antigos.
De nosso hotel, com vistas privilegiadas dos quartos e especialmente do salão do café da manhã, podíamos avistar as atrações encravadas nos verdes morros, entre eles o magnífico Palácio Quinta da Regaleira, e a Fortaleza dos Mouros, envoltos pela floresta de Sintra no topo da montanha. A cada taça de café era possível degustarmos e nos transportarmos a elas.
No dia seguinte da nossa chegada em Sintra, fomos visitar o Palácio da Pena. Uma joia sagrada da coroa portuguesa, que envolve encanto, mistério, matizes de cores e azulejos em tons entre o vermelho, laranja, amarelo e azul. Suas torres e paredes esculpidas com figuras centenárias, formam um cenário mágico, digno de um filme. Dezenas de salões enormes e suntuosos, estátuas retratando o cotidiano da época, camas reais, móveis de madeira datados de séculos, pinturas que se desenham por todas as partes. Paredes e janelas decoradas com azulejos contrastam com sacadas notáveis. Emoldurando o cenário das vistas notáveis como a Cruz Alta, o Templo das Colunas, a Gruta do Monge. Datado do século XII, foi edificado como mosteiro e é classificado como Patrimônio Mundial da Humanidade e Monumento Nacional de Portugal. Uma visita que ficará para sempre para aqueles que tiveram o privilégio de conhecerem.
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Dia de muitas emoções para conhecer, agora de perto, o Palácio Quinta da Regaleira, uma visita obrigatória e definitivamente uma atração belíssima de tirar o fôlego. Situado na Serra de Sintra, uma região histórica de Portugal. Seus jardins transmitem uma nova emoção a cada movimento dos olhos. Proporcionando ao passageiro percorrer durante duas horas sua enorme e bela área de quatro hectares entre jardins, estátuas, lagos, grutas que fazem deste palácio um encanto único. Patrimônio Mundial da Unesco, seu interior é digno das pinturas de Van Gogh, tendo o Poço Iniciático como grande destaque, uma imensa escadaria em espiral sustentada por colunas esculpidas, que dá acesso ao fundo do poço. Quem o aprecia de cima, uma sensação de se entrar no túnel do tempo. O palácio da Regaleira, com sua torre circular, dentro do complexo, é outro destaque. O local repleto de portais, fontes e passagens secretas da maçonaria, mistura estilos arquitetônicos renascentistas, góticos e românticos, um clássico da arquitetura mundial.
Por onde você caminha – porque caminhar em Sintra é o máximo – encontra imagens que o transportam a épocas repletas de uma arquitetura riquíssima e preservada. O antigo dentro do moderno em cada detalhe, uma verdadeira viagem no tempo. Sentar no Café Paris, sob as paineiras, no centro de cidade, na varanda externa e de frente ao Palácio Nacional de Sintra, é viver um ambiente romântico que remonta ao estilo palaciano francês.
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Seguindo nosso roteiro, chegamos à cidade litorânea de Colares, para visitar a região de Azenhas do Mar, outro cartão postal. Situada no topo de uma falésia cercada pelo mar, a vilinha lembra logo as Ilhas gregas. Suas casas brancas enfeitadas com azulejos, contrastam com o azul do mar, e a cor alaranjada das falésias. O fascínio de quem visita este lugar é complementado com a piscina natural oceânica, situada no sopé que possibilita aos turistas mergulhos inesquecíveis em águas do mar. Uma visita histórica e imperdível. Ainda na região de Colares, uma infinidade de vinícolas para os turistas apreciarem um dos melhores vinhos do mundo.
Em colares também tivemos a surpresa de conhecermos a árvore sobreira, da qual se extrai a famosa cortiça portuguesa, muito presente no artesanato local. Também na freguesia de Colares, visitamos o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa, onde se encontra um antigo farol sobre uma falésia de mais de 140 metros de altura precipitando-se sobre o oceano Atlântico. Uma paisagem imensa e magnífica, rodeada por ventos fortíssimos, e que justifica o que Camões descreveu sobre o local “onde a terra acaba e o mar começa.
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Chegamos a Cascais, seu litoral é digno de ser apreciado em cada onda do seu mar. Concentramos nossa visita ao ponto turístico Boca do Inferno, uma formação rochosa esplendorosa formada por grutas esculpidas pelo mar furioso e que justificam o nome do lugar – Boca do Inferno. É um dos principais cartões postais de Cascais. A cidade é cercada por inúmeros barcos que descansam por sobre o calmo mar, em suas belas praias. Tudo muito limpo e organizado com calçadas em forma de ondas que lembra Copacabana no Rio de Janeiro.
Ainda dentro da freguesia de retorno a Sintra, tivemos a grata surpresa de passar por São Martinho uma antiga aldeia nas cercanias de Sintra.
No caminho em direção ao Algarve, apresentou-se uma maravilha quase que inimaginável para quem aprecia história, a charmosa Évora. Uma cidade museu, capital do Alentejo é também considerada Patrimônio Mundial da Unesco. Um mergulho puro no passado, a cidade de origem romana foi erguida no alto de uma colina, cercada por muralhas romanas em que você caminha através de casarios com sacadas, ruas estreitas e inúmeros monumentos. Caminhar por suas ruas é projetar-se para dentro de outro século. Prosseguimos até a Capela dos Ossos, decorada literalmente com ossos humanos e que pode ser assustador mas também curioso, representa que a vida é finita, transitória e por isto a frase em sua entrada “Nós ossos que aqui estamos, pelos Vossos esperamos”. Mas a grande atração ainda estava por vir, o Magnífico Templo Romano (Templo de Diana) uma obra prima romana, preservada para encher os olhos e transportar a todos para uma outra época. Do outro lado há um miradouro em que sentamos para apreciarmos uma vista preciosa da cidade. Évora é uma atração obrigatória e que deve estar no calendário de viagem para quem aprecia história.
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Chegamos ao Algarve, a região é formada por cerca de 8 lindas praias sendo Faro a capital. De nosso hotel, podíamos avistar as praias de Portimão, recortadas por falésias alaranjadas, com um mar verde cristalino e areias douradas. Grutas semelhantes às de Cascais formaram-se dentro de um mar calmo e cristalino. Possibilitando aos turistas passarem através delas de uma praia para outra. Impressiona novamente a limpeza das praias, o cuidado com as espreguiçadeiras, os guarda sóis e as mesas, um cenário para relaxar e esquecer do mundo. As praias do Algarve recebem inúmeros turistas, possuindo sempre uma temperatura amena, mesmo no inverno.
E chegava o final da viagem, com Lisboa de sobremesa, a capital transmite alegria já ao chegar. Logo ao lado de nosso hotel, nos deliciamos ao entrar no Café A Brasileira uma tradição no bairro do Chiado. Ali encontramos o legitimo café brasileiro chamado de bica entre os portugueses. Seu interior todo em madeira, cadeiras talhadas, espelhos e mármores pelas paredes, forro decorado com gravuras e candelabros, é uma verdadeira obra de arte. O local era frequentado pelo poeta escritor Fernando Pessoa que tomava seu café com outros artistas. Ele está imortalizado em uma estátua de bronze sentado em uma mesinha em frente a esta charmosa casa, sentei ao seu lado para um bate papo e foto histórica.
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Entre os bondes que circulavam a todo o momento, fomos jantar em um restaurante com vistas incríveis para a cidade e o mar. Também conhecemos o Mosteiro dos Jerônimos, outra maravilha classificada como Patrimônio da Humanidade. Ao seu lado, o momento de degustar os legítimos e famosos pastéis de Belém. Este, no meio de tantas delícias açucaradas de Portugal, é o mais conhecido e saboreado. O de Belém é produzido exclusivamente na fábrica dos pastéis de Belém em Lisboa e o pastel de nata, é o nome universal desse doce, e praticamente igual ao de Belém. E claro não podíamos deixar de degustar esta delicia dentro da Confeitaria de Belém datada de 1837. Uma tentação para os amantes de doces.
Após conhecer esta belíssima atração, fomos ao ponto turístico talvez mais visitado de Lisboa a Torre de Belém, que fica bem ao lado do monumento Padrão dos Descobrimentos, situado em posição destacada na margem do Rio Tejo é uma homenagem em especial ao infante D. Henrique e as figuras históricas envolvidas nos descobrimentos portugueses. Uma caravela estilizada, que se joga sobre o mar mostrando a expansão ultramarina e da cultura da época, com navegadores, guerreiros, evangelizadores, cronistas, entre outros são os símbolos que ali figuram.
Seguimos para o Mirante Cristo Rei situado na União das freguesias de Almada, um miradouro de onde descortinava-se uma vista total para a cidade de Lisboa, a ponte 25 de julho e o Rio Tejo, cortejados pela estátua do Santíssimo Redentor de braços abertos voltados para a cidade, elevando-se a 82 metros de altura, de onde pudemos apreciar aquela visão única e magnífica.
O Museu do Fado, na região de Alfama, era o início de nossa caminhada por este bairro alegre, tranquilo e com muitos artistas, bares e restaurantes. Seguimos para o Miradouro da senhora do Monte, de onde se tem uma das paisagens mais altas e completas da cidade, também um local de encontro de namorados pois a vista é fantástica. Santa Maria Maior é outro bairro emblemático onde visitamos a bela Igreja de Santo Antonio, o santo padroeiro da cidade de Lisboa. O Parque Eduardo VII, proporciona uma das vistas mais inusitadas de Lisboa, um cartão postal pintado por um gigantesco corredor verde emoldurado por estufas em uma área de 25 hectares, o maior do centro da cidade.
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No outro dia fomos ao Parque das Nações – um moderno bairro de Lisboa, local onde aconteceu a Expo Mundial em 1998, uma região que era a antiga zona industrial abandonada, e que foi totalmente revitalizada para o grande evento. Nosso objetivo principal da visita era conhecer o Oceanário de Lisboa que fica dentro do Parque. Uma atração que literalmente conecta o visitante ao mundo marinho, com as mais raras espécies marinhas nadando em frente aos nossos olhos. O Oceanário é uma dica imperdível. Situado a uns 20 minutos de Lisboa, é o maior da Europa e um dos locais mais visitados em Portugal e na Europa. Com prédios supermodernos, lembrando inclusive os de Dubai. O visitante pode tomar um Teleférico da entrada do parque até o Oceanário, que permite o visitante a ter uma visão aérea de todo o complexo. O lugar conta com 30 aquários e mais de 500 espécies marinhas de todo o mundo, em 22 mil metros quadrados. Considerado o segundo maior do mundo, com tubarões, arraias, lontras, pinguins e muito mais!
Na continuação fomos ao Centenário Mercado da Ribeira, também conhecido como Time Out Market, que reúne inúmeros e renomados restaurantes 4 e 5 estrelas em um só lugar. Um Mercado tradicional e que possui um movimento muito grande, onde você almoça em mesas coletivas e precisa primeiro reservar seu lugar para depois escolher seu restaurante e o prato que mais lhe agradar. Terá um pager que irá apitar quando o pedido ficar pronto, super recomendado.
E esta foi nossa viagem a Portugal que recomendo a todos que desejam interagir com a arte, tradição e a história de nossa cultura.
*Por Reinaldo Carlos Matte
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