Imagine que você tem uma ideia promissora, muita vontade de trabalhar e um espaço adequado, sem precisar pagar aluguel, para colocar tudo isso em prática. Essa é a realidade que encontram os empresários que passam pelo Berçário Industrial de Santa Cruz do Sul. Ao apresentarem uma proposta inovadora de negócio, ganham até quatro anos para “engatinhar” nas salas do complexo. Quando o tempo acaba, saem fortalecidos, prontos para caminharem com as próprias pernas.
Jaques Oliveira é um dos 16 empreendedores que hoje ocupam o berçário. Sua empresa é a única do ramo no Estado. No Brasil, existe apenas uma concorrente, em São Paulo. O produto: máquinas revitalizadoras de gramado sintético. Lembram uma máquina de cortar grama comum, mas, ao invés de lâminas, têm uma escova giratória. “Ela levanta a grama sintética que está pisoteada e espalha a borracha que acaba ficando grudada com o uso”, explica. A proposta foi herdada do cunhado, que fabricava os equipamentos em Porto Alegre. “Quando ele faleceu, trouxe a ideia para cá. No começo precisava ir até o interior de Rio Pardo, que era onde eu tinha o espaço pra fazer. Hoje é muito mais fácil”, contou.
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Oliveira vende em média três aparelhos por mês, para diversos estados. O valor da unidade varia entre R$ 3.200,00 e R$ 3.400,00. Também presta serviço de revitalização para locais que não têm a “varredeira” e comercializa grama sintética. Com dois auxiliares, trabalha seis horas por dia no berçário, além de outro emprego que mantém em uma gráfica. Há três anos no complexo, já está construindo um galpão para continuar o trabalho quando precisar desocupar a sala. “O berçário foi fundamental”, frisou.
Muitos setores
O berçário conta com 16 empresas dos setores têxtil, de serralheria, comunicação visual, marcenaria, cenários para festas, móveis planejados e, mais recentemente, cervejarias artesanais e produtos para pet shop. Três estão na fila de espera. O ramo da alimentação é o único que não pode ocupar os espaços por enquanto, devido a exigências da vigilância sanitária orçadas em R$ 12 mil por sala.
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O requisito é trazer algo que se diferencie do comércio local, para evitar concorrência desleal com empresas estabelecidas.
Algumas dúvidas
Microempreendedores individuais, microempresas e sociedades (ltda.) que estejam começando ou se reestruturando, tenham ideias inovadoras e processos compatíveis com o tamanho das salas.
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Até quatro anos, com contrato inicial de dois anos renováveis por mais dois.
Nos primeiros dois anos, o aluguel do espaço é gratuito. Se o contrato for renovado, os outros dois anos têm aluguel de R$ 30,00 por mês.
Exceto empresas da área alimentícia. A adaptação das salas, cumprindo exigências da vigilância sanitária, ficaria em torno de R$ 12 mil. Todo os demais setores podem participar.
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Sim, por meio do Banco do Povo. Além de empréstimos, existem consultores que orientam os empresários sobre como investir, quais equipamentos comprar, o momento mais adequado para expandir, etc.
A estrutura
Localizado no fim da Rua 28 de Setembro, atravessando a BR–471, o Berçário Industrial funciona em um terreno dividido em três blocos de salas. São 40 espaços locáveis de 27 metros quadrados, cada um com banheiro. Segundo o coordenador do berçário, Paulo Mans, o terreno baldio que fica do lado direito do prédio também pertence à Prefeitura e deve ser transformado em uma expansão da atual estrutura. “Esse aumento vai depender do rumo que tomar a nossa economia”, salientou.
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