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Benzedura: Trabalho de curar com orações, fé e plantas

O aposentado Rainvino Helvino Pape, de 78 anos, tem o dom de curar pessoas, melhorar sua saúde e o estado de espírito por meio de benzimentos. Usando um ramo verde, geralmente de cipestre, o aposentado benze para míngua, queimaduras, cobreiro, erisipela, picada de aranha ou cobra. “O ramo verde ‘tira’ o ruim das pessoas”. Para a míngua, ele faz a medição no braço. Já no caso de cobreiro, usa uma tesoura.  “Meu trabalho é bem simples, sem cerimônias, tem que ter fé”, explica, lembrando que a pessoa vem quantas vezes achar necessário. Os atendimentos são feitos diariamente, em diferentes horários. “Se estou em casa, atendo.”

Por dia, são realizados em média 15 benzimentos. Mas ele já chegou a atender muito mais pessoas. “Acho que teve um dia que deu 50. Saíam dois, entravam três, saíam estes, entravam quatro. Tem horas que minha sala fica cheia”, brincou. O aposentado recebe visitantes de Sobradinho, Tunas, Jacuizinho, Estrela Velha, Ibarama, Arroio do Tigre e região.

Veroni Rebeca Drachler, 55 anos, moradora da RSC-481, mantém uma tradição que vem dos avós e principalmente de sua mãe, que atuou durante cinco décadas como a renomada e conhecida “benzedeira Isulina”. 

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Depois que a mãe faleceu, aos 91 anos, ela seguiu com simplicidade a tradição. “Me sinto bem em poder ajudar. O benzimento é uma oração. Peço a Deus para ajudar a pessoa que está à minha frente. Benzer é um ato de amor, que você está dando para aquela pessoa.” Os procedimentos são para míngua ou quebrante, nervos doloridos, mordidas de bichos e sapinho em boca de criança. “Às vezes uso ramo verde quando se trata de ferida. O restante, simplesmente uso a mão sobre a cabeça da pessoa. Quando envolve nervos e dor, faço a costura na folha de laranja.”

Ela conta que a preferência é benzer às terças e sextas-feiras, de preferência três dias seguidos. “É uma tradição nossa estes dias.” 

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