Falei de valores históricos que se reafirmam em nossa terra e nossa gente, a exemplo da organização associativa e cultural, mas preciso falar também daqueles, ou ao menos de alguns, que precisam ser renovados/recuperados. Um destes, que se apresenta a todo momento como indispensável para ser revigorado, é o da maior atenção à limpeza em nosso ambiente, algo que sempre foi característico e peculiar de nossa sociedade, mas que já há tempo deixa a desejar.
Muitos movimentos, iniciativas, esforços têm ocorrido, mas para quem percorre todos os dias as nossas ruas e praças, como este colunista, ainda é flagrante um grande desleixo de muita gente em relação ao destino dos mais diversos resíduos que deixam espalhados, não poucas vezes próximos ou ao redor de recipientes colocados para esse fim. Sem dúvida, faltam ainda muitos desses receptáculos, inclusive em quadras movimentadas, que poderiam auxiliar nas melhorias exigidas, mas é certo que falta basicamente a conscientização maior das pessoas, ou pelo menos, e infelizmente, de um ainda grande contingente de concidadãos.
Nos educandários, muitos mestres têm educado nesse sentido, pelo que se sabe. Muitos pais têm se preocupado em ensinar um maior cuidado com o lixo. Felizmente, em meio a seguidas frustrações diante do que nossos olhos enxergam todo dia nos percursos urbanos, há também exemplos animadores que se observa. Tal como o de uma dona de vários cachorros que está a passear em praça e, além de recolher os dejetos dos animais, dedica-se a juntar plásticos e papéis que irresponsáveis descartaram indevidamente pelo mesmo espaço.
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Outro ato a destacar, ocorrido no ambiente familiar e que gerou uma emoção pessoal muito forte, é o da neta de um ano que começa a aprender a falar e caminhar, ao passar perto da porta aberta do balcão que dá acesso às cestas de lixo da casa (uma para o orgânico, outra para o geral), viu uma lasquinha de casca de fruta no chão e não teve dúvidas: agachou-e, pegou o resíduo com a ponta dos dedos e o colocou na lixeira (inclusive na correta, de orgânico, que estava mais próxima). Ninguém precisou pedir para ela ter esse gesto, a iniciativa foi dela. Mas, por certo, em outro momento viu alguém fazer o mesmo e não hesitou em segui-lo.
A atitude infantil conseguiu não só emocionar, como orgulhar e esperançar quem sempre tem se empenhado, inclusive com certa rigidez, em fazer com que se tenha esse cuidado fundamental com o lixo por nós produzido. Não poucas vezes, numa residência com muito movimento, foi preciso ser duro em exigir que ocorra a devida separação, e não só em dois compartimentos e invólucros, mas ainda em outros que se exigirem, em casos como vidros com a devida identificação, ou resíduos sanitários. A pressa e o descuido, a todo momento, fazem incorrer em ações não recomendadas e requerem o alerta constante pela busca do certo.
Assim, também o zelo pelo verde e seus resíduos carece de atitudes e valorização renovadas por cada de um de nós, diante de tantas desatenções que recebem numa cidade que, contraditoriamente, sempre teve a marca da limpeza e do verde exuberantes. Menos mal que se notam gestos exemplares e inclusive dos pequeninos, o que nos enche de esperança. Que estes primeiros passos possam ser seguidos por muitos e possamos ter sempre um belo e bom ambiente para se ver e viver.
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