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FORA DE PAUTA

Bem-vindos a Orange County

Hoje eu me dei a oportunidade de escrever exclusivamente baseada na minha opinião. O assunto é: Santa Cruz do Sul. Nasci e cresci em Santa Maria, nunca tivemos costume de viajar ou ir em festas de interior. Em 2023 eu me mudei para Porto Alegre, uma realidade diferente da que tive na vida.

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Há cerca de quatro meses, vim parar em Santa Cruz. Eu não conhecia a cidade antes disso e estar inserida no coração dela de repente é, como gosto de chamar, uma experiência antropológica – no sentido mais cômico da palavra. Então, este texto nada mais é do que as primeiras (e talvez já segundas) impressões de uma nova moradora. Confesso que por ser recém-saída da capital, vir para Santa Cruz me causou medo do tédio. Mas eu me surpreendi. O título desta coluna faz referência a uma série, que é como eu identifico Santa Cruz: The O.C. é uma produção dos anos 2000 que insere um menino em Orange County, uma cidade turística e luxuosa, que possui mais polêmicas e tumultos do que parece.

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Também queria ressaltar como é diferente a cultura de uma cidade de imigração. Santa Maria e Porto Alegre são cidades universitárias e de um público que vem e vai, são diversos tipos de cultura e jeitos de ser. Sinto que Santa Cruz, embora também receba muitas pessoas de fora, cativa o amor pela cultura alemã que contagia e influencia quem aqui está. Esses dias descobri que tinha cuca e linguiça em casa não propositalmente. Essa vontade de cativar, relembrar a história, manter vivos os costumes e entender como a cidade foi virando um pedacinho da população alemã no Rio Grande do Sul é algo que me encanta (apesar de alguns gostarem tanto da Alemanha que esquecem que são brasileiros). E não posso esquecer das conversas em alemão no meio do Centro, muito chique.

Outra, vocês são viciados em uma festinha, né? São meus primeiros meses na cidade e não estou habituada com o calendário anual, então tudo é novidade. Palavras não são capazes de demonstrar as expectativas para a minha primeira Oktoberfest, nem sei como funciona a festa. O que posso dizer é que os ingressos já estão comprados e as roupas de Frida estão sendo procuradas. Mas eu não esperava que a preparação para ela também fosse marcada por outros eventos – escolha das soberanas, show de anúncio dos shows oficiais, evento de anúncio da cerveja oficial, evento para divulgar os trajes oficiais.

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Isso sem falar nas demais festas, da Cuca, Construarte, Christkindfest (já me deram o spoiler lá de dezembro) ou nos eventos quase semanais nas praças. Gente, que loucura. Só tenho a dizer, como uma moradora próxima do Parque da Oktoberfest, espero que a surpresa por mais eventos continue.

Enfim, haveria muitos outros pontos e nem tudo são rosas. Também é importante destacar que essa fala é de alguém que se mudou para o centro da cidade e vive principalmente nele, porque eu sei quanto descaso pode haver fora desse espaço. Mas, acima de tudo, estou gostando de viver essa aventura de ser uma meia italiana não praticante da cultura nesse mundo de Zigge Zagge, Hoi, Hoi, Hoi. Por fim, para aproveitar que a edição circula no dia 24 de agosto, gostaria de desejar feliz aniversário pro meu pai, o senhor Ben-Hur Appolinario, amo você!

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