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Bem cotada no mercado, soja terá elevação de área na região

Dos 15 municípios do Vale do Rio Pardo considerados pela Emater/RS-Ascar, em nove haverá crescimento da área plantada de soja, conforme o levantamento realizado sobre a intenção dos produtores. Os destaques são Encruzilhada do Sul e General Câmara, com incremento de 4 mil e 1,1 mil hectares, respectivamente. No total, o acréscimo será de 4,55%.

É um reflexo da alta no preço da soja. Na última sexta-feira, a cotação da saca de 60 quilos chegou a R$ 140,50 no interior gaúcho. “Não é muito significativo, mas haverá um aumento na área plantada no Vale do Rio Pardo, acima dos 2,32% do Alto da Serra do Botucaraí. No Centro-Serra, a retração chega a 2,2%”, explica o engenheiro agrônomo Josemar Parise, da Emater/RS-Ascar.

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A explicação da valorização da oleaginosa é o reflexo da estiagem. Com a queda na produtividade da safra passada, há baixo estoque externo, enquanto a demanda externa cresceu. Aliado a esse cenário, a taxa de câmbio é 36% maior em comparação ao ano passado, quando o preço da soja em dólar era praticamente o mesmo. Somente neste ano, 7,7 milhões de toneladas foram embarcadas para o exterior, uma elevação de 23% em relação ao mesmo período do ano passado.

Parte da soja a ser colhida na safra 2021/2022 já está sendo negociada, o que é inédito, de acordo com o Cepea/Esalq/USP. No boletim de ontem, o panorama traçado aponta que as indústrias domésticas se dispõem a pagar por novos lotes de soja o equivalente aos valores do produto nos portos. Essa é uma ação que tem levado vendedores consultados pelo Cepea a optar, em alguns casos, por ofertar o grão no mercado interno em detrimento do externo.

O IBGE estima uma produção de 120,1 milhões de toneladas de soja na próxima safra brasileira, um acréscimo de 5,9% sobre 2019/2020. O governo avalia retirar temporariamente as tarifas de importação de arroz, milho e soja, preocupado com o aumento dos preços no mercado interno. Segundo o Ministério da Agricultura, a adoção dessa medida teria caráter preventivo, visto que não há sinais de desabastecimento e nem necessidade de importação desses produtos pelo Brasil.

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Fatores de alta*
– Pouquíssima disponibilidade de produto nacional
– Preços altos das importações para abastecer o mercado interno
– Dólar elevado a curto prazo
– Chicago 1: compras da China nos Estados Unidos
– Chicago 2: piora das condições das lavouras norte-americanas
* Relatório da Focus Consultoria

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