O leitor Emigdio Engelmann nos encaminhou carta que seu avô, Emygdio Campos, remeteu em 22 de junho de 1927 a sua noiva (depois esposa) Hilda Hübner. Ela revela uma época romântica, quando os enamorados dedicavam alguns momentos do seu dia a escrever para o parceiro. A caligrafia era caprichada e cada palavra bem pensada, para tocar fundo no coração.
O papel, já amarelado, traz o timbre do antigo Lagache, Hotel Moderno de Porto Alegre. Campos responde a uma carta que Hilda havia lhe remetido dias antes. A noiva, residente em Santa Cruz do Sul, reclamava que ele havia viajado sem dar-lhe um beijo de despedida.
Com um texto que poderia fazer parte de um compêndio romântico, o noivo se desculpa e atribui o fato à pressa. Explica que, antes da viagem, precisou ir ao banco e, depois, correr para não perder o trem. “Por Deus, meu amor, a falta foi involuntária. Jamais faria qualquer coisa para magoar-te.”
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Carta estava guardada há anos
Ele encerra enviando à amada um “trem carregadinho de beijos” e promete retornar logo. Um mês depois, os dois se uniram em matrimônio.
Campos nasceu em 1880 em Portugal. Foi poeta e ator de teatro. Encerrou a carreira no Rio de Janeiro, tornou-se caixeiro-viajante e veio para o sul, onde abriu a chapelaria Petrônio, em Porto Alegre.
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Em uma viagem a Santa Cruz, conheceu Hilda Hübner, uma das proprietárias do antigo Hotel das Moças (onde é o Banco do Brasil). Depois de casados, residiram por um tempo em Porto Alegre e depois em Santa Cruz, onde foram donos do Hotel Santa Cruz (esquina da Tenente Coronel Brito com a Ramiro Barcelos).
n O casal teve uma filha, Emma Campos Engelmann (já falecida), mãe do leitor Emigdio Engelmann. Foi ela quem guardou as cartas trocadas entre os pais.
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