Um novo gigante mundial do setor de tabaco se formou ontem, com a confirmação da compra da norte-americana Reynolds American pela britânica British American Tobacco – que, no Brasil, controla a Souza Cruz. A transação já estava negociada desde o ano passado – o que foi, inclusive, antecipado pela Gazeta do Sul –, mas foi formalizada ontem.
A BAT já detinha 42% do capital da Reynolds e agora irá assumir o controle total da empresa, tornando-se líder no mercado de cigarros nos Estados Unidos, do qual estava ausente há 12 anos e que atualmente é dominado pela Philip Morris International, e no mercado mundial de cigarros eletrônicos, que está em franca expansão. A notícia repercutiu na imprensa de todo o planeta ontem. O valor da transação chegou a US$ 49,4 bilhões, US$ 2 bilhões a mais do que a proposta inicial feita pela BAT, em outubro. A empresa vai pagar US$ 29,44 em dinheiro e 0,5260 ações BAT por cada papel da Reynolds.
Com a união das duas empresas, a BAT, que é proprietária de marcas como a Lucky Strike, passará a ser dona de marcas fabricadas pela Reynolds nos Estados Unidos, incluindo a Newport e a Camel – que, no resto do mundo, incluindo o Brasil, é produzida pela Japan Tobacco International (JTI). Outras marcas de peso, como a Pall Mall – que a Reynolds detém nos EUA, enquanto a BAT detém em mais de cem países – também ingressarão na carteira norte-americana da empresa britânica. “Essa transação vai criar uma forte e global empresa de tabaco”, disse, no comunicado publicado na página da BAT na internet, o executivo-chefe da empresa, o ítalo-brasileiro Nicandro Duarte, que já esteve várias vezes em Santa Cruz.
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Durante uma entrevista ontem à tarde, o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, comemorou o anúncio. Segundo ele, o investimento elevado feito pela BAT é um indicativo de que “a produção de tabaco terá vida longa”. “A empresa não iria apostar um valor tão alto em algo que não daria certo”, disse.
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