Em sigilo, ao longo dos últimos meses, Ministério Público (MP) e Polícia Civil trabalharam em uma das investigações mais robustas realizadas na história de Venâncio Aires. O alvo era um núcleo familiar que tinha como base Osni Valdemir de Mello, o traficante Sapo, e se dissolvia entre filhos, noras e demais parentes. Muito bem estruturada, a célula criminosa angariou, na última década, um patrimônio de dezenas de milhões de reais.
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Imóveis e carros de luxo, posto de combustíveis, lancheria e revenda e locadora de veículos são alguns dos ativos colocados em nome de familiares e laranjas. A investigação apurou que os bens eram lucro proveniente do tráfico de entorpecentes, crime no qual o pai e os dois filhos tinham histórico. Para colocar a cúpula da base criminosa familiar na cadeia, a estratégia foi produzir uma prova fundamentada antes mesmo de solicitar as prisões.
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A megaoperação Enxuta, deflagrada na terça-feira por 58 policiais, foi apenas a “cereja do bolo”. “Não podíamos prender eles preventivamente para daí examinar todas as informações da investigação e elaborar uma denúncia que seria analisada pela juíza. Isso daria tempo e iria oportunizar a possibilidade de uma eventual liberdade a partir de um excesso de prazo no andamento do processo e outros embargos a serem adotados pelas defesas”, disse o promotor de Justiça Pedro Rui da Fontoura Porto, em entrevista à Gazeta do Sul.
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“Por isso, adotamos essa estratégia. Deixamos tudo pronto, até para a juíza ter mais segurança para decretar as medidas judiciais”, complementou Porto. Ele, ao lado do promotor Fernando Buttini, assinou a denúncia do caso, que foi aceita na íntegra pela juíza Cristina Margarete Junqueira, da 2ª Vara Judicial da Comarca de Venâncio Aires. Com isso, a fase de instrução deve ser antecipada.
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“Os réus vão ser citados para se defender. Terão um prazo para uma defesa prévia, escrita. Em seguida é marcada a audiência de instrução, que deve ser agendada em algumas semanas. O MP e as defesas podem arrolar testemunhas”, explicou o promotor Pedro. Os delegados Paulo César Schirrmann e Vinícius Lourenço de Assunção devem ser chamados para prestar depoimento como testemunhas, assim como os policiais civis envolvidos na investigação.
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