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Bares agora têm hora para fechar em Rio Pardo

 

Bares e restaurantes localizados em um ponto boêmio do Centro de Rio Pardo passaram a ter hora para fechar as portas. Um decreto assinado pelo prefeito Rafael Barros (PTB) determina que os estabelecimentos localizados no Largo Almirante Alexandrino, quase em frente à Prefeitura, podem funcionar até meia-noite, de segunda a quinta, e até 1 hora da madrugada nas sextas, sábados, domingos e feriados. O assunto divide opiniões na cidade e deve ser tema de uma reunião na Câmara de Vereadores na semana que vem. A Prefeitura avisa que outras medidas antiperturbação de sossego serão anunciadas nos próximos dias.

Comum em outras cidades, inclusive Santa Cruz do Sul, foi o problema do excesso de barulho, arruaças, brigas e consumo de drogas em uma zona residencial que levou à edição do decreto. Moradores da Almirante Alexandrino e arredores procuraram o Ministério Público em busca de uma solução. Um expediente foi aberto para cuidar do assunto e, a partir de discussões com Prefeitura, Brigada Militar e outros órgãos, se chegou à decisão de limitar o horário de funcionamento de bares e restaurantes naquele ponto da cidade.

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O procurador jurídico do Município, Milton Coelho, defende a restrição e diz que a medida é inclusive benéfica aos estabelecimentos localizados no Largo Alexandrino. “O problema não está nos bares e restaurantes, que normalmente fecham perto da meia-noite, e muito menos em quem frequenta esses locais. O problema sempre foi o entorno, quem fica nos arredores fazendo baderna e outras coisas que não deve”, diz Coelho.

O procurador afirma que antes de ser implementada, a nova regra foi discutida com os donos dos seis estabelecimentos impactados pela restrição de horário. “Até então todos haviam entendido o propósito disso. Se alguém está sendo prejudicado nos negócios, que nos procure para discutirmos alternativas”, frisa Coelho, dizendo que a regra é flexível e pode haver exceção. “Semana que vem o Grêmio decide vaga na final da Libertadores. O jogo termina perto da meia-noite. Claro que se conversarmos antes, podemos ampliar pontualmente o horário de fechamento”, exemplificou, frisando que a ideia é “criar um ordenamento urbano e não limitar os espaços de diversão e nem prejudicar os empreendedores”.

Clientes e proprietários organizam abaixo-assinado

Embora, segundo a Prefeitura, o decreto tenha sido costurado com a participação dos bares e restaurantes atingidos pela limitação de horário, proprietários e clientes de alguns estabelecimentos estão mobilizados para tentar derrubar a medida. A ideia é recolher o maior número possível de adesões em um abaixo-assinado que está disponível em um dos bares para tentar forçar o governo a rever a medida. Vereadores também foram procurados para engrossar a reivindicação.

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Dono do Armazém da Bebida há sete anos, Ego Sebastião Panta Meurer diz que “vai ser difícil fechar no máximo à 1 da madrugada”. Tradicionalmente o estabelecimento funcionava até por volta das 4 horas nas noites de maior movimento. “Nosso faturamento vai cair pela metade e talvez tenhamos que reduzir o número de funcionários.” O empreendedor afirma que cumpria à risca um termo de ajustamento de conduta firmado há mais tempo com o Ministério Público para reduzir os casos de perturbação de sossego e que foi surpreendido pelo decreto.

Entre os clientes, opiniões divididas. Quem costuma frequentar os bares mais cedo diz que o decreto nada muda. Já quem avançava a noite principalmente na distribuidora de bebidas chama a medida de autoritária.

“Passou do limite”, diz morador

Ao contrário dos donos e frequentadores dos estabelecimentos, os moradores dos arredores do Largo Almirante Alexandrino dizem que o decreto é a melhor solução para o problema. Sob a condição do anonimato, um morador contou que, além do excesso de barulho, os casos de prostituição, uso de drogas e consumo de bebidas por menores eram frequentes. “Nada contra os bares, mas sim o entorno. A situação passou do limite”, desabafa.

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Outras regras vão mudar, diz Prefeitura

O procurador jurídico do Município, Milton Coelho, adianta que, a exemplo do que ocorre na Avenida do Imigrante, em Santa Cruz do Sul, a partir dos próximos dias haverá restrições para estacionar à noite em alguns pontos do Centro. A medida é para reduzir o problema do som alto. Coelho também informa que a internet sem fio disponibilizada no entorno da Prefeitura será cortada à noite, pois atrai menores inclusive na madrugada.

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