“Fica quieto, que nós estamos trabalhando.” O deboche de um dos criminosos que atacaram um posto de combustíveis no interior de Venâncio Aires, nesse fim de semana, é um dos momentos que ficaram marcados na lembrança de uma comerciante. A mulher, de 48 anos, foi rendida enquanto estava no escritório do estabelecimento, em Vila Palanque. Ela abriu a porta pensando que iria atender um cliente, o qual dizia ter ficado sem gasolina para voltar a sua casa. Era uma emboscada. Os quatro assaltantes, com toucas-ninja, luvas, coletes à prova de balas e armas longas, haviam rendido o mesmo rapaz pouco tempo antes.
Sem conseguir dormir depois do roubo, a comerciante lembrava, na tarde de ontem, dos momentos que passou sob a mira dos bandidos. No domingo, ela fechou o posto por volta das 21 horas. Depois do jantar, decidiu ir para o escritório adiantar alguns trabalhos. Já o marido, de 63 anos, deitou-se no quarto. Por volta das 22h30, a mulher ouviu uma batida na porta. Um rapaz chamava o seu marido pelo nome. Sem saber de quem se tratava, ela foi até a janela. “Ele disse que tinha ficado sem gasolina e não ia conseguir chegar em casa. Na boa fé, resolvi abrir a porta. Não ia deixar de ajudar.”
Assim que deu os primeiros passos na direção das bombas de combustíveis, a mulher foi surpreendida por um dos assaltantes, que estava escondido ao lado da porta. “Um me segurou pelo ombro e os outros dois saltaram de trás das bombas.” O rapaz que havia chamado por ela, pouco tempo antes, havia sido rendido pelos bandidos. Um outro cliente, que estava com ele perto do posto, foi mantido dentro de um Astra, sob a mira de um quarto criminoso. O bando obrigou a comerciante e o rapaz a entrarem no escritório. “Eles começaram a revirar tudo. Queriam o cofre. Eu disse que a gente não tem.”
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Do estabelecimento, os assaltantes conseguiram acessar a moradia dos proprietários, nos fundos. No quarto, renderam o comerciante, que estava deitado. Mais uma vez, começaram a revirar tudo em busca de dinheiro. “Eles diziam que se encontrassem mais dinheiro do que eu já tinha dado, iam nos matar.” Além de alguns objetos da casa, os ladrões levaram oito pneus. “Foram momentos de terror. Aquelas armas. Tu não sabe se eles vão pegar as coisas e ir embora. Não sabe o que vai acontecer”, recorda a mulher.
Disparos e ameaças
Diversos projéteis foram recolhidos em frente à porta do posto de combustíveis. Pouco antes de saírem do local, os assaltantes começaram a atirar para o alto. Nesse momento, ordenaram que o outro cliente, ainda mantido dentro do carro, saísse correndo. “Estavam todos armados e com muita munição. Não sei por que começaram a atirar. Saíram dando tiro. Foram vários disparos”, lembra a comerciante. Durante o assalto, ela recorda, um dos quadrilheiros chegou a engatilhar a arma para ameaçá-los. “Eles queriam armas e o cofre. Eu disse que a gente não tem arma e não tem cofre.”
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Em deboche, um dos criminosos mandou que o cliente, que estava dentro do escritório, ficasse quieto e não atrapalhasse. “Eles diziam que estavam trabalhando. Chegou nesse ponto. A gente trabalha o sábado, o domingo. Eles vem e levam tudo.” Antes da fuga, ainda removeram a CPU onde estavam armazenadas as imagens das câmeras de segurança. “Nunca imaginei que ia passar por uma coisa dessas na minha vida. Quem pensa que está tranquilo no interior está enganado.”
A AÇÃO
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