Categories: Jaqueline Weigel

Bandeira preta para a ética

Minha expertise é projetar futuros, e faço isso a partir de sinais de diferentes intensidades, e a partir da imaginação criativa que projeta mais de uma possibilidade de futuros. Entre os sinais mais evidentes de que mudanças profundas são necessárias, o comportamento coletivo aparece como uma das necessidades mais relevantes do momento.

Conquistamos muitas coisas em termos materiais. Temos mais qualidade de vida, amadurecemos como sociedade, e Santa Cruz é um município agraciado pela abundância. Será que nossas atitudes acompanharam este desenvolvimento?

Queremos voltar a socializar, mas ainda não é possível. Hoje trabalhamos de qualquer lugar, porque já somos profissionais globais. Empresas tradicionais serão vistas como mamutes do século 20 em poucos anos, segundo o The Economist. Hotéis continuam vazios, viagens a trabalho e eventos desapareceram da agenda, o turismo local vem crescendo, enquanto viagens pelo planeta devem ficar suspensas por mais do que um ano.

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Nossas casas estão cada vez mais equipadas, o êxodo das metrópoles vem ganhando força, temos assinatura e apps para tudo, portanto, escritórios, indústrias e comércio precisam urgentemente revisitar seu planejamento e o uso do espaço físico. Empresas sem tecnologia serão passado em breve. Intermediários perderam a importância no mundo tech, e inovar passou a ser assunto do dia a dia.

Ética é uma grande pauta deste ano, e é aqui quero mergulhar. Somos éticos de verdade? Cobramos ética de todo mundo, de políticos, de líderes, governantes, mas será que conseguimos dormir tranquilos com nossas atitudes frente a um evento tão sério como a pandemia?

Ontem, enquanto o governador do Estado falava, vi alguém escrever nas mensagens que era hora de deixar a vida correr seu rumo e preservar os empresários, que já não aguentam mais o impacto financeiro do Covid-19. A pandemia está fora da curva natural da vida, e qual seria a sugestão de quem posta uma frase como esta? Será que ele deixaria seus filhos, infectados, morrerem para preservar a economia e as finanças? Duvido.

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Economia e saúde andam juntos, mas a vida está acima de ambos. Quem ainda não entendeu que a toada de 2021 será a mesma ou mais difícil de 2020, está bem distraído da realidade. A vacina imunizou menos de 3% da população e o ideal é em torno de 70%. A pandemia não pode mais ser a desculpa para nosso comportamento infantil, para a incompetência financeira ou inabilidade na gestão dos negócios. O vírus veio para ficar e nos dará limites por um bom tempo. Ele pode ter vindo consertar nossa torta curva de desenvolvimento.

Máscara não é babador, nem acessório de bolso. A bandeira preta nos convida a revisitar a ética, a tomar responsabilidades com o futuro da nossa sociedade e a entender como o presente dará o tom ao futuro que queremos. Faça sua parte, só ela lhe dará respaldo para cobrar quem está no comando.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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