Como em uma edição cinematográfica dos momentos queridos, a Banda Eddie acaba de lançar “Mundo Engano”. Produzido por Pupillo Menezes, do Nação Zumbi, sétimo álbum do grupo recorda, em 10 faixas, época em que os integrantes olhavam para as festas com o sotaque cosmopolita dos anos 2000, característico da cultura urbana popular olindense. Nesse clima, de sonhar o passado para alcançar o futuro, encontram outros sons e possibilidades. “Esse trabalho está muito próximo da nossa identidade, mas, de alguma maneira, tentamos não repetir nossos êxitos anteriores. A gente quer sempre evoluir e renovar a nossa própria música”, ressalta o vocalista Fábio Trummer.
Entre as participações especiais, nomes que acrescentaram novas técnicas ao projeto. Entre eles, Orquestra de Frevo Henrique Dias, o Jorge Du Peixe, Tiné (backing vocal), Ganga Barreto (backing vocal), Martin Mendonça (violões de aço), Guri Assis Brasil (violão de 12 cordas),
Everson Pessoa (violão de 7 cordas), Frederica Bourgeois (flauta), Nilson Amarante (trombone), Maurício Fleury (teclados) e próprio produtor, Pupillo, na bateria. “A Correnteza”, faixa que inicia o disco, inspira-se na obra de Cartola e, também, em “Trabalhadores do Mar”, de Victor Hugo. Na sequência, “O Mar Apaga” abre roda para um samba surf, beira de praia.
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Partindo para uma canção popular e de groove sofisticado, “Dobra Esquina” é um pouco do Caribe, Nordeste e rock and roll. “Essa letra fala sobre a vontade de encontrar um grande amor e dividir tudo que acontece em nossas vidas com a pessoa desejada”.
“Girando o Mundo” homenageia o carnaval de rua e faz um retrato de tudo aquilo que move a festa. Traz o retrato de um casal vivendo a diversidade da folia e, principalmente, a embriaguez da felicidade que ela proporciona.
“O Mar Lá Fora” tem lembranças dos veraneios e pequenos momentos que duram para sempre. É um mergulho, de mãos dadas, na água transparente, nos amores amadurecidos ao sol, nas férias, frente ao mar, que aquecem o coração por toda a vida.
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Inspirada no livro “Encostado em Meu Rancor”, do João Antônio, “Brooklin” tem um beat mais marcado, quase Hip Hop, que é uma forte inspiração para a track. A narrativa é de uma cidade dos imigrantes e populares durante suas jornadas individuais por trabalho, moradia, oportunidades e, principalmente, igualdade. Tudo isso, em São Paulo.
“Medo da Rua”, uma regravação do Trummer Super Sub América, evidencia o terror da violência, a aversão de classes e a política do medo exibida, em rede nacional, todas as tardes nas emissoras de TV e Rádio.
A próxima composição, “Vivo Tendo Fogo”, é estimulada no forró nordestino e nas letras de raggamufin. Não há intenção de formar opiniões ou passar alguma mensagem. Single é uma espécie de trava-línguas, onde as palavras repetidas transformam o sentido em melodia, melodia em interpretação de sentido. Uma homenagem que vai de Pato Banton ao Genival Lacerda.
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O poema “Para Iemanjá”, de Marcelino Freire, foi convertido em música para denunciar os maus tratos que os oceanos sofrem pela ação, desequilibrada e inconsciente, dos seres humanos. O resultado é um samba torto à la Eddie, com violão de 7 cordas, transformando o trabalho em um manifesto das lutas que travamos por um meio ambiente mais saudável para nosso futuro.
Fechando, “De Pouco em Pouco” expressa, em poesia, o sentimento de perder uma pessoa importante. Aquela que, jamais, poderá ser substituída.
Com quase 30 anos de estrada, a Banda Eddie, formada por Fábio Trummer (Guitarras & Voz), Alexandre Urêa (Percussão & Voz), Andret Oliveira (Trompetes, Teclados & Samplers), Rob Meira (Baixo) e Kiko Meira ( Bateria), segue costurando velhos e novos acordes, “passos combatentes vencendo as escadarias”. Em “Mundo Engano”, “os pés derivam em novos rumos.”
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