Depois das mudanças nos juros rotativos do cartão de crédito e dos depósitos compulsórios, o Banco Central (BC) vai focar agora sua ação para abrir espaço à queda do spread bancário e do custo do crédito de empresas e pessoas físicas. Diferença entre o custo de captação do banco e o que ele cobra dos seus clientes nos empréstimos, o spread é bastante elevado no Brasil e o governo quer tomar medidas para que a redução seja feita de forma estrutural para ajudar neste momento de retomada do crescimento do País e queda da taxa básica de juros, a Selic.
Reuniões técnicas do governo com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) começaram no mês passado para acelerar essa agenda. Pela primeira vez, a estratégia de ação será debatida em seminário na próxima terça-feira, 7, entre o presidente do BC, Ilan Goldfajn, e os ex-presidentes da instituição Armínio Fraga, Gustavo Loyola e Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda.
“A agenda tem que ser de medidas sustentáveis e equilibradas. Para isso, temos que ter os diagnósticos corretos. A taxa de juros bancária é alta no Brasil por várias razões”, disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o presidente do BC. Segundo ele, os custos relevantes para o spread são: questões de produtividade, carga tributária, complexidade regulatória, incertezas, diversos riscos e garantias legais. “A competição entre os bancos tem que ser levada em consideração também”, ressaltou, destacando que ampliar essa competição faz parte da agenda do BC.
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O governo incluiu a redução dos spreads na agenda microeconômica que vai priorizar nessa segunda etapa, depois do pacote anunciado no fim do ano passado, ações para o fortalecimento do mercado de crédito. Parte das medidas deve ser anunciada na próxima semana pelo presidente Michel Temer, entre elas mudanças para reforçar garantias e reformulação da lei de recuperação judicial.
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