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Vale do Rio Pardo

Baixa umidade do ar na região exige cuidados com a saúde

O calor não é o único incômodo que as altas temperaturas trazem para os moradores de Santa Cruz do Sul e região. Juntamente com a máxima de 36 graus nessa terça-feira, 10, conforme a estação meteorológica da Gazeta Grupo de Comunicações, chama a atenção a umidade relativa do ar. Nesse último caso, no entanto, as estações meteorológicas de Santa Cruz estão marcando valores abaixo da média para a região – bem ao contrário das temperaturas, que devem ser ainda mais altas nesta quarta-feira, 11.

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De acordo com o professor Agrometeorologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Marcelino Hoppe, em Santa Cruz a umidade do ar costuma ficar em torno dos 80% e raramente está abaixo dos 50%. No entanto, na tarde dessa terça-feira, a estação da Gazeta registrou o índice de 16%, às 16h36, muito abaixo do normal.

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Segundo o professor do curso de Engenharia Agrícola, quando as pessoas não estão acostumadas com a umidade tão baixa, podem sentir alguns efeitos. “A atmosfera está pedindo tanta umidade que se rompe de vez, e a pessoa então tem um derramamento de sangue na narina. O mais interessante é que a pessoa interrompa qualquer atividade no sol pleno, fique na sombra, tome bastante água. No final da tarde isso começa a melhor, porque a temperatura começa a baixar, e durante a noite retornamos aos cerca de 60% de umidade relativa, que é o ideal”, comentou.

Conforme o professor, a radiação no solo também está alta, já que o sol está bem mais alto no céu do que no inverno e os dias estão mais longos, com quase 14 horas de incidência de luz. Com isso, a radiação chega a ser três vezes maior que no mês de junho, por exemplo.

Marcelino Hoppe ressalta ainda que até essa terça-feira, o mês de dezembro já alcançou 61 milímetros de evaporação, enquanto o acumulado de chuva ficou em apenas 32 milímetros. Isso significa que cada metro quadrado de solo perdeu o equivalente ao mesmo número em litros, ou seja, 61 litros por metro quadrado.

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Mas, o que é umidade relativa do ar?

Conforme o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo, umidade relativa do ar significa, em termos simples, “o quanto de água na forma de vapor existe na atmosfera no momento, em relação ao total máximo que poderia existir, na temperatura observada.”

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Quando este índice, de água na forma de vapor, está abaixo dos 60% (o mínimo indicado pela Organização Mundial da Saúde para bem-estar humano), os principais problemas são complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas, sangramento pelo nariz, ressecamento da pele, irritação dos olhos, eletricidade estática nas pessoas e em equipamentos eletrônicos e aumento do potencial de incêndios em pastagens e florestas.

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Cuidados

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O próprio Centro de Gerenciamento de Emergências utiliza uma escala psicrométrica que aponta os níveis de criticidade da umidade do ar, classificados em atenção, alerta e emergência. A escala foi desenvolvida pelo Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade de Campinas/SP (Unicamp). Com a medição, o Centro indica cuidados necessários de acordo com cada situação.

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Escala psicrométrica – classificação dos estados de criticidade:

Entre 21 e 30% – Estado de Atenção

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Cuidados a serem tomados:
– Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas;
– Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins, etc.;
– Sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas, etc.;
– Consumir água à vontade.

Entre 12 e 20% – Estado de Alerta

Cuidados a serem tomados:
– Observar as recomendações do estado de atenção;
– Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas;
– Evitar aglomerações em ambientes fechados;
– Usar soro fisiológico para olhos e narinas.

Abaixo de 12% – Estado de Emergência

Cuidados a serem tomados:
– Observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta;
– Determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre 10 e 16 horas como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência, etc.;
– Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas, cinemas, etc., entre 10 e 16 horas;
– Durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças, hospitais, etc.

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