A estiagem que teve início no fim do ano passado e já devastou lavouras em todo o Estado começa a afetar também a captação de água. Em pelo menos três municípios da região, o nível da água próximo aos pontos de captação é baixo e reforça a necessidade de consumo racional por parte da população. Em Venâncio Aires, Sobradinho e Barros Cassal, a palavra de ordem é economia para evitar um eventual racionamento.
O superintendente regional da Corsan, José Roberto Ceolin Epstein, destaca que todos os consumidores precisam estar comprometidos com o consumo racional de água. “Em nenhum município foi necessário fazer cortes no abastecimento, mas a falta de chuva, que deve permanecer até o fim de março, nos preocupa”, ressaltou. Segundo Epstein, nos municípios maiores da região, apenas Venâncio Aires está com maior dificuldade.
Em Venâncio, a principal fonte de captação é o Arroio Castelhano. De acordo com o gerente da Corsan no município, Ilmor Dörr, o leito do manancial estava bastante assoreado. “Foi necessária uma intervenção da Prefeitura para aumentar a vazão do canal”, confirmou Dörr.
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Para evitar cortes ou racionamento, além do apelo à consciência da população quanto ao consumo, a Corsan ligou dois poços artesianos à rede de captação. “Houve também uma melhora com as últimas chuvas. Em alguns pontos, perto das nascentes do Castelhano, choveu cerca de 80 milímetros. Isso ajuda muito também.”
Já em Sobradinho, é o Arroio Carijinho que causa preocupação. A Corsan tem alternado a captação junto ao ponto, desligando a cada três horas as bombas e suprindo o abastecimento com uso de água em poços artesianos. Para equilibrar o sistema de fornecimento, a companhia utiliza seis poços que estão conectados à rede.
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No município de Barros Cassal, o nível do reservatório também está baixo. “Estamos até iniciando uma campanha para o consumo consciente de água. Contamos com o apoio de toda a população”, comentou o superintendente regional.
Lago Dourado baixa dois centímetros por dia
Em Santa Cruz do Sul – maior município da região –, o abastecimento ainda não foi prejudicado. Com 3,5 milhões de metros cúbicos de capacidade de armazenamento, o reservatório do Lago Dourado mantém um bom volume de água, mas também baixa. “Por dia há uma redução de dois centímetros no nível do Lago, o que até é normal, mas chama atenção por estarmos em período de estiagem prolongada”, analisou José Epstein.
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Ele observou que o fim das férias marca também a volta do consumo mais elevado de recursos, como a própria água. “Registramos nas últimas semanas um aumento no consumo. É importante que todos tenham consciência de usar da melhor forma para evitar cortes no fornecimento”, salientou.