Os bailes sempre foram um dos principais momentos de lazer nas comunidades. Eles tinham peculiaridades que hoje despertam curiosidade. Na colônia, iniciavam cedo e encerravam lá pela meia-noite, pois a volta para casa podia ser demorada. Além disso, nas primeiras horas da manhã era preciso levantar para tratar os animais e ordenhar as vacas.
O deslocamento ao salão já era complicado. Os rapazes iam a pé ou a cavalo, por dentro de potreiros e picadas no meio do mato. Muitos faziam o percurso descalços ou de chinelos e só colocavam os sapatos de couro quando chegavam na frente da bailanta. Raramente, alguém tinha mais de um par de sapatos e era preciso cuidar dele, pois deveria durar por muitos anos. Às vezes, seu uso era alternado entre os irmãos. As moças tinham mais conforto, pois geralmente eram levadas de carroça ou charrete.
Edmundo e Luisa Abling: elegância no salão
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Nos salões, havia um recinto onde se podia guardar os lampiões, lanternas, chapéus, pelegos, relhos, armas, etc.. Existia também um quarto com camas, onde os pais colocavam as crianças para dormir. Como as moradias ficavam em locais ermos, os casais não deixavam os filhos em casa. A cerveja e a gasosa eram acondicionadas em um tanque de tijolos, com gelo e serragem. Os copos eram lavados em baldes e tonéis e a água só era trocada quando estava muito turva ou cheia de espuma.
Pelas 22 horas, era o jantar. O cardápio incluía cuca, linguiça, pão, galinhada, maionese e chucrute. Na cidade, a realidade era outra: as festas eram sofisticadas e os casais primavam pela elegância.
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