Bad Boys: Até o Fim está em cartaz nos cinemas de Santa Cruz do Sul e traz de volta a dupla de policiais de Miami vivida por Will Smith e Martin Lawrence. O quarto filme da franquia – iniciada por Michael Bay (o diretor responsável por Transformers e A Rocha) e continuada por Adil El Arbi e Bilall Fallah (que possuem em seus currículos episódios de séries como Miss Marvel e Snowfall) – marca o retorno de Smith depois do fiasco ao vivo durante o Oscar 2022.
Afastado da tela grande após o tapa no comediante Chris Rock durante a premiação, Smith encontrou a oportunidade de se redimir. Lançado em 1995, Bad Boys resgatou o gênero buddy cop (policiais parceiros). Criado durante a “era de ouro” do cinema de ação (os anos 1980), consiste em filmes que unem tiroteios e comédia protagonizados por uma dupla de “tiras” com personalidades opostas e conflitantes.
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Redenção é o tema central do personagem de Smith em Até o Fim. Anteriormente, o policial Mike Lowrey era um playboy solteirão e esquentadinho, que não perdia uma oportunidade de sacar sua arma. Agora, aos 50 anos, o recém-casado tem medo de que o trabalho coloque em risco sua nova família. Seu parceiro Marcus Burnett (Lawrence, de comédias como Um Tira Muito Suspeito e Vovó… Zona) também vive uma nova fase. Após quase morrer no início do filme, o personagem passa por uma breve (e bem-humorada) jornada espiritual. Depois disso, o atrapalhado policial começa a se sentir imortal e tenta a todo tempo mostrar que ainda não é sua hora de partir.
O carisma da dupla continua a ser o ponto alto da saga. Uma simples ida ao mercado para buscar uma água tônica torna-se engraçada devido à relação sempre conflitante entre Mike e Marcus. A trama é a mesma vista em outros filmes do gênero: corrupção, traição e mortes. Embora não se destaque pela originalidade, é divertida.
Isso porque a ação do filme se adapta à jornada – e à idade – das personagens de Até o Fim. Com os protagonistas mais velhos, os diretores abusam da criatividade técnica para criar boas cenas de tiroteio. Chama a atenção a maneira como a câmera se movimenta durante as cenas. A depender de sua qualidade, o quarto filme não é o fim dos Bad Boys. Resta ao público dedicir se a jornada de redenção de Will Smith será o suficiente para perdoá-lo.
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Excessos prejudicam a experiência
A ação e o humor são a força e a fraqueza de Até o Fim. A escolha por planos fechados e a edição frenética, com cortes em excesso, atrapalham as cenas de tiroteio. Fica difícil para o espectador saber contra quem (e contra quantos) os bad boys estão lutando. A comédia deixa de ser engraçada em certos momentos. O personagem de Martin Lawrence torna-se excessivamente bobo após quase morrer e leva o público a crer que ele sofreu alguma sequela mental. O filme tenta brincar com seu estado de espírito, mas não convence.
Além disso, os vilões são genéricos demais. É impossível lembrar o nome de um dos bandidos. A presença mais marcante, sem dúvida, é de um jacaré gigante albino chamado Duke. Com isso, Até o Fim tem dificuldade de criar um momento de tensão ou de fazer temer pelo destino de qualquer personagem.
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Apesar dos defeitos, Bad Boys: Até o Fim é uma excelente entrada na franquia. Longe de ser uma obra-prima ou de revolucionar o gênero, sabe explorar a fórmula buddy cop e oferece entretenimento do início ao fim. A ida ao cinema é recompensada, especialmente para rir junto com o público.
Onde assistir
- Cine Santa Cruz – Sala 1 (2D): 19h20 (dublado) e 21h30 (legendado)
- Cine Max Brasil – Sala 1 (2D): 18h40 (dublado) e 20h45 (legendado)
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