Meninas ouvem que são lindas, fofas, delicadas. Meninos que são fortes, espertos, corajosos. Mas de que forma estes adjetivos com os quais os adultos elogiam suas crianças reforçam estereótipos de gênero e limitam as oportunidades de meninas e meninos? Para trazer essa reflexão sobre a maneira como a sociedade elogia suas crianças e estimular pais, educadores e adultos em geral a ampliarem seu vocabulário de elogios direcionados às meninas para além da aparência física, a Avon – empresa que há 130 anos está ao lado das mulheres – lança o documentário Repense o Elogio.
Dirigido por Estela Renner – cineasta aclamada por outras produções relacionadas a temáticas da infância, entre elas a premiada O Começo da Vida e Muito Além do Peso, o filme de 46 minutos envereda por vários temas correlacionados, da construção da autoestima das crianças às formas diferenciadas como, de maneira geral, a sociedade cria meninos e meninas. “É importante aprofundarmos a discussão sobre a desigualdade de gêneros na infância se queremos que a igualdade venha na maior velocidade possível”, opina David Legher, presidente da Avon. “Este documentário é a nossa contribuição para que mais pessoas parem para refletir sobre a forma como todos nós, inconscientemente, limitamos as possibilidades da mulher ao elogiarmos nossas meninas na maior parte das vezes por seus atributos físicos, desde muito cedo”.
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Disponível gratuitamente em www.repenseoelogio.com.br, o documentário é parte de um projeto global da Avon que começa pelo Brasil. Como ponto de partida, foi conduzida uma pesquisa online em várias regiões do país para checar quais adjetivos eram os mais lembrados na hora de elogiar cada um dos sexos. Quase 80% das palavras utilizadas pelos adultos para elogiar meninas estão relacionadas a aparência, como linda, bonita, princesa. Já para os meninos, 70% referem-se a habilidades, como esperto, inteligente, corajoso.
“Inconscientemente, a maioria dos adultos elogia meninos e meninas de forma diferente e, apesar de parecer inofensivo, os elogios têm um poder enorme de estabelecer normas e condicionar quem os está recebendo. Se por um lado os elogios nos motivam, por outro eles também nos limitam e é por isso que essa campanha é tão importante: porque nos mostra como cada um de nós, por meio de ações simples, acaba ajudando a perpetuar estereótipos ou romper barreiras”, explica Gabriela Tebet, pedagoga e pesquisadora de temas ligados à infância. “Não há qualquer problema em chamar uma menina de linda, mas esse não pode e nem deve ser sua única qualidade. É preciso, portanto, ampliar o repertório de elogios e lembrar que meninas e também meninos são lindos, inteligentes e muito mais que apenas isso”.
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“Na Avon, acreditamos que todas as garotas são lindas, mas também acreditamos que elas são muito mais do que isso. Por esse motivo, criamos esse projeto que visa incentivar a sociedade e os pais a refletirem sobre o impacto dos elogios na educação e autoestima das meninas desde a mais tenra idade. Afinal, o que dizemos para as meninas hoje influencia quem elas serão amanhã”, afirma Danielle Bibas, vice-presidente global de marcas, comunicação e conteúdo da Avon.
O documentário dá voz a vários adultos e a ainda mais crianças e adolescentes – entre elas, algumas bem conhecidas e porta-vozes dessa geração, como a cantora MC Soffia e as youtubers Carol Santina e Natália Correa. Foram entrevistadas mais de 80 pessoas nas cidades de São Paulo, Curitiba, Piracicaba, Santos e Recife em uma produção que durou 10 meses. “Iniciamos o projeto para falar dos elogios e da importância que eles têm na infância, mas rapidamente concluímos que estávamos falando de algo muito mais complexo, pois o elogio é só mais um traço de uma cultura que reforça estereótipos”, conta Estela Renner. “Espero que assim como eu, outros pais e mães ganhem ferramentas para poderem refletir melhor sobre isso após assistirem ao documentário, e nós esperamos que essa onda se espalhe muito”, conclui.
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Para contribuir com essa propagação, a Avon conta com o apoio da sua rede de revendedoras autônomas, que envolve mais de 1,6 milhão de mulheres em todo o país, do Instituto Avon, e da ONU Mulheres, organização global que tem como objetivo promover a igualdade de gênero e os direitos humanos e assegurar as condições adequadas para que mulheres de todas as idades e etnias terem seus direitos e oportunidades assegurado. “A sociedade reforça e perpetua a cultura de desigualdade de gênero também por meio da linguagem e da educação”, explica Nadine Gasman, Representante da ONU Mulheres no Brasil. “Projetos como este, que trazem o debate e propõem uma mudança nesses paradigmas, são fundamentais para que o processo para a igualdade de gênero seja acelerado e mulheres tenham mais oportunidades”.
Assista:
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