Colunistas

Avanços e tropeços

Um colega comentou comigo sobre a presença mais expressiva, nos últimos tempos, de pessoas negras nas chamadas comerciais do YouTube. Realmente, isso é muito mais comum hoje do que há uma década. Sinal dos tempos. O estereótipo da “família margarina” loira já não é um padrão onipresente na publicidade, tanto na internet quanto na televisão e em outras mídias. Da mesma forma, vemos mais afro-brasileiros à frente das câmeras nos telejornais, filmes, eventos de moda e em outros segmentos.

Ao mesmo tempo, permanece a necessidade de combater o preconceito racial em todos os espaços. E um dos ambientes onde ele tem proliferado, sabe-se bem, são os estádios de futebol. Por essa razão, a CBF iniciou nesta semana uma campanha intitulada “Por um futebol e uma sociedade antirracista”. A mobilização começou na quarta-feira, 24.

Para dar visibilidade à campanha, os jogadores dos diferentes clubes vão trazer nos uniformes mensagens contra o racismo. A iniciativa é fruto de parceria entre a CBF e o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, com apoio da Conmebol e da Fifa. Segundo o Observatório, os casos de discriminação racial em 2022, até agora, já superaram o número de denúncias de todo o ano passado. A CBF chegou a propor a perda de pelo menos um ponto dos clubes cujos torcedores forem flagrados com comportamento racista e discriminatório nos jogos.

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Infelizmente, na mesma semana em que tal iniciativa surgiu, outras notícias vieram no sentido oposto. Em São Paulo, a Justiça Militar absolveu o soldado flagrado – em câmeras de vigilância – pisando no pescoço de uma mulher, uma comerciante, no distrito de Parelheiros. O vídeo dessa agressão causou revolta pelo Brasil. O Ministério Público denunciou crimes de lesão corporal, abuso de autoridade, falsidade ideológica e inobservância de regulamento. A Justiça Militar não viu nada de mais e decidiu pela absolvição.

Aqui no Rio Grande do Sul, tivemos o caso de Gabriel Marques Cavalheiro, encontrado morto após ser detido por PMs em São Gabriel. Três policiais estão presos. O que o rapaz tem em comum com a comerciante paulista? A cor da pele. Os tempos ainda são difíceis.

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