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Avanço na vacinação e cuidados frearam crescimento da variante Delta no Brasil

Diferente do que ocorreu em outros países, a chegada da variante Delta não provocou aumento significativo nos indicadores da pandemia no Brasil. Na avaliação do professor Paulo Petry, doutor em Epidemiologia, essa distinção se deu principalmente em razão do avanço da vacinação e de os cuidados como uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento ainda serem obedecidos pela população. Apesar dessa aparente tranquilidade, Petry faz questão de deixar claro que a pandemia não acabou. “As recomendações são duas: aumentar a vacinação, apelando para que as pessoas busquem a segunda dose sem atraso, e dizer que ainda é importante continuar com as medidas de cuidado”, disse em entrevista à Rádio Gazeta.

Ao projetar o futuro, o especialista pede paciência à população, mas espera que os protocolos fiquem mais brandos gradualmente. “Quando eu recomendo os cuidados não é que isso me agrade, eu também prefiro conviver sem máscaras. A gente apela é para que haja um pouco mais de paciência. Tenho esperança de que já teremos um Natal e as férias de verão com flexibilizações responsáveis muito bem-vindas”, ressaltou. Ainda sobre os protocolos, Paulo Petry afirma que eles serão progressivamente deixados de lado, ao passo que a imunização avança e a pandemia é mantida sob controle. “Quando tivermos 80% ou 90% da população com a vacinação completa nós vamos começar a dispensar o uso de máscara pelo menos em locais ao ar livre. Isso vai acontecer, sem dúvida nenhuma”, afirmou.

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Para que esse cenário ideal seja atingido, no entanto, é necessário que as pessoas busquem as vacinas, não escolham laboratório e retornem no prazo correto para completar o esquema. “Eu gosto de dizer que os medicamentos salvam pessoas, mas as vacinas salvam populações. É um pacto coletivo, então é fundamental que a população acredite nas vacinas. Elas são seguras e foram testadas”, completa o epidemiologista.

Adolescentes

Em relação à vacinação dos adolescentes, Paulo Petry avaliou como negativa a postura do Ministério da Saúde em não recomendar a imunização desse público. Ainda que a pasta tenha voltado atrás, o impacto negativo já ocorreu. Ele lembrou que a vacina da Pfizer é amplamente utilizada por vários países para imunizar pessoas de 12 a 17 anos e não há registro de maiores complicações. “As pessoas podem e devem levar os filhos adolescentes a partir de 12 anos com a tranquilidade de ter uma vacina segura e eficiente”, destacou.

Dose de reforço para pessoas de 60 anos ou mais

O Ministério da Saúde anunciou, nessa terça-feira, 28, a ampliação da faixa etária apta a receber a dose de reforço, também chamada de terceira dose. A partir das próximas remessas, os Estados receberão um quantitativo específico para a vacinação de pessoas com 60 anos ou mais. Essa dose adicional já vem sendo aplicada desde o dia 15 de setembro em idosos com 70 anos ou mais que já haviam recebido a segunda dose há pelo menos seis meses, regra que será mantida.

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O anúncio foi feito pelo ministro Marcelo Queiroga, durante evento sobre os mil dias de governo do presidente Jair
Bolsonaro. Isolado em um hotel nos Estados Unidos por estar com Covid-19, Queiroga participou de forma virtual. “Graças à estratégia diversificada que o governo federal, por intermédio do Ministério da Saúde, adotou para a aquisição de vacinas, é possível hoje, no final de setembro, já ofertar para os idosos brasileiros a dose de reforço”, disse.

Além das pessoas com 60 anos ou mais, a pasta já havia anunciado a dose de reforço para profissionais de saúde. A prioridade deve continuar sendo o imunizante da Pfizer; contudo, AstraZeneca e Janssen também podem ser utilizados se houver necessidade. A Coronavac não deve ser aplicada em função dos baixos estoques disponíveis no Ministério da Saúde, visto que o contrato com o Instituto Butantan já foi encerrado e não houve novo acordo.

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