Auxiliar técnico do Avenida, Fábio Carlos Recife relatou os momentos críticos que viveu durante o período das enchentes no Rio Grande do Sul, em entrevista a Eleno Hausmann no programa Grande Resenha, da Rádio Gazeta FM 107,9, na noite de segunda-feira, 10. A família dele mora em Rio Grande e o município sofreu bastante com os alagamentos, em maio. Fábio ficou apreensivo com a situação da esposa Aline e das filhas, Paula e Laise, de 10 e 17 anos. Pela distância, encarou um misto de sentimentos, inclusive por ter convivido com uma situação semelhante em Santa Cruz do Sul e arredores.
Fábio perdeu muitos pertences como móveis e objetos da casa. Precisará investir na reorganização da residência. Ele sente ainda mais pelo fato de não estar presente no cotidiano da família. “Em 2016, não havia entrado água. No setembro do ano passado, foi até o pátio. Desta vez, nada segurou a água. Eu tentei ir para Rio Grande e não tive como. Fui voluntário em Sinimbu e me partiu o coração. Vi como foi a violência da água. Minha esposa subiu os móveis e a água chegou a subir 1,20 metro. Acabamos perdendo algumas coisas. Ela e as meninas foram para o meu sogro, onde não pega água. Quando entramos na casa, estava cheio de lama. Ver elas chorando mexeu demais comigo. A Aline me falou do meu esforço, por sair para buscar algo melhor para elas. Se tiver que ficar mais alguns anos na batalha, vamos encarar”, relatou.
Recife pretende unir a família no próximo ano. A filha mais velha deve iniciar a faculdade. A mais nova e a esposa devem segui-lo no próximo destino da carreira. “Nos últimos dois anos e meio, abri mão de estar com elas por algo maior. A Laise chegou a treinar em escolinha e conviveu comigo alguns momentos no futebol. É muito difícil essa distância”, comentou. “A dor que sentimos agora pela enchente é pelas pessoas. Nosso zagueiro Bruno Jesus também perdeu muita coisa. É um momento de valorização da vida. Precisamos de um equilíbrio emocional muito grande. Tiramos força da fé em Deus. É o que me conforta”, complementou.
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Relação com Wiliam Campos
Fábio Recife, de 45 anos, é bacharel em Educação Física e pretende fazer a licença B na CBF Academy. Ele não deu continuidade ao projeto por conta do problema recente das enchentes. Recife conhece Wiliam Campos desde 2010, quando trabalhou com o pai dele, Beto Campos, no São Paulo-RS, juntamente com o auxiliar Darley Costa. Foi a origem de uma amizade que dura até hoje. Em 2012, Wiliam esteve no São Paulo antes de atuar no São José. Em setembro de 2021, Wiliam Campos substituiu China Balbino como treinador no São Paulo. Antes, quando estava no Guarani-VA, Wiliam já havia convidado Recife para ser auxiliar dele.
Recife iniciou o trabalho com Wiliam no clube de Rio Grande e conversou com a família sobre as possibilidades de ficar afastado durante alguns períodos. Com isso, Recife esteve com Wiliam no Santa Cruz, no São Luiz, no Guarany Bagé e agora no Avenida. Por enquanto, Recife não vislumbra a função de técnico. “Amo o que faço. Ainda não me enxergo sendo treinador. Estou como auxiliar desde 2008. Se eu mudar de ideia, o Wiliam será o primeiro a ficar sabendo”, comentou. “Casou a nossa forma de condução e o respeito pela hierarquia. Não é porque tenho dez anos a mais que estou sempre com a razão. A última palavra é do Wiliam. Ele é o comandante e o nome dele está em jogo. Tento levar as ideias para que ele possa tomar as melhores decisões e fazer os melhores trabalhos. O auxiliar é o homem de confiança do treinador”, complementou.
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Início da carreira
Recife começou a carreira na base do Náutico com 14 anos e permaneceu nos Aflitos por quatro anos. Depois se profissionalizou no Recife, onde ficou por três anos e meio. De lá, passou por Ipatinga, Flamengo-PI, Intercontinental-PE e São Paulo-RS. Por um tempo, passou a atuar no futebol de areia e se apaixonou pelo esporte.
Quando voltou a Rio Grande, não saiu mais. Já são 20 anos na cidade portuária do Sul gaúcho. “Meu coração é metade Recife e metade Rio Grande”, brinca. Recife valoriza o aspecto motivacional na atividade. “Sempre procurei fazer a gestão de grupo. Saber o momento de conversar com o atleta, dar confiança. A maior motivação é trabalhar em meio concorrido com o futebol. Aprendi muito com diversos treinadores. Trazer o atleta para dentro do projeto, para absorver o conhecimento. Para ele ter motivação de levar o melhor para a família”, analisa. Recife já deu palestras em igrejas e clubes, mas refuta a denominação de coaching.
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