Ataques de mísseis aliados na Síria atingiram “o coração” do programa de armas químicas do líder sírio Bashar al-Assad, disse o Pentágono neste sábado, mas autoridades reconheceram que nem toda a infraestrutura química do regime foi alvo dos ataques e que o exército sírio ainda é capaz de utilizar gás venenoso contra civis. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que os ataques, nos quais os EUA, a França e o Reino Unido dispararam 105 mísseis contra três alvos, foram uma “missão cumprida”.
O Pentágono afirmou que o ataque ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Barzah, perto de Damasco, foi o que causou mais prejuízos ao programa de armas químicas do governo de Assad No início deste ano, as Nações Unidas disseram que um relatório compilado por seus especialistas descobriu que Barzah abrigou assessores norte-coreanos. Duas outras estruturas, uma instalação de armazenamento de armas químicas e um bunker perto de Homs, também foram atingidas pelos mísseis.
Mas o Pentágono disse que se absteve de atacar outros locais para minimizar o risco de ferir civis. Há pelo menos duas outras instalações de armas químicas e mísseis ainda em funcionamento na Síria, segundo o relatório da ONU. A questão premente é se o ataque será suficiente para dissuadir Assad de usar armas químicas.
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Trump tentou há um ano impedir que Assad usasse armas químicas ordenando um ataque com mísseis de cruzeiro contra 59 alvos em um campo de aviação sírio. Mas o governo sírio realizou ataques com cloro apenas algumas semanas depois e é suspeito de usar o gás Sarin no início deste mês.
Os EUA e seus aliados esperam que o ataque mais recente e mais substancial envie uma mensagem mais firme, mas o secretário da Defesa do país, Jim Mattis, reconheceu que os EUA talvez precisem atacar novamente caso Assad recorra a armas químicas.
De acordo com uma análise do governo francês, o uso de armas químicas está profundamente enraizado nas estratégias e táticas militares sírias. Do ponto de vista tático, esse tipo de munição é usado para expulsar combatentes de seus abrigos em residências, conforme o documento.
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Em termos de táticas militares, os ataques de sábado foram marcadamente diferentes dos ocorridos no ano passado, quando mísseis de cruzeiro foram disparados do leste do Mediterrâneo. Desta vez, foram realizados por navios e aeronaves dos EUA, da França e do Reino Unido no Mar Vermelho, no Mar Mediterrâneo e no Golfo Pérsico.
Autoridades russas e sírias afirmaram que um número substancial de mísseis aliados foi abatido durante o ataque, mas autoridades do Pentágono disseram que nenhum dos mísseis da coalizão foi interceptado. “Esses ataques em múltiplos eixos foram capazes de sobrecarregar o sistema de defesa aérea sírio”, disse o tenente-general da Marinha Kenneth F. McKenzie, diretor do Estado-Maior Conjunto do Pentágono. A maioria dos mísseis disparados era dos EUA.
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