Polícia

Autor de feminicídio pode ter matado também a ex-sogra

O mais recente feminicídio registrado no Vale do Rio Pardo segue em apuração pela Polícia Civil. E uma peculiaridade do crime vem tornando o caso ainda mais desafiador para os investigadores. O homem de 42 anos acusado de ser o autor da morte de Elisane Schneider Noll, de 55 anos, na última segunda-feira, 25, em Linha Sapé, interior de Venâncio Aires, é suspeito de ter provocado a morte da ex-sogra, mãe da mulher. O fato foi revelado pelo delegado Paulo César Schirrmann.

Segundo o responsável pela Delegacia de Polícia (DP) de Venâncio Aires, o caso envolvendo a mãe de Elisane aconteceu em 2020. Inicialmente, o fato foi tratado como acidente doméstico, mas agora novos desdobramentos podem modificar o enquadramento do crime. “São casos que possuem relação. Há indícios de envolvimento dele na morte da ex-sogra”, afirmou Schirrmann. “Era um inquérito que já havia sido remetido ao Poder Judiciário, foram solicitadas novas diligências e as estamos concluindo. Estamos reavaliando diversas situações e apurando outros elementos para comprovar essa suspeita”, complementou o delegado. Com isso, o homem de 42 anos seria indiciado por dois feminicídios.

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No caso de Elisane, a pena deve ser majorada pelo fato de ela já possuir medida protetiva contra o autor. Além do homicídio qualificado pelo feminicídio (fato de a vítima ser mulher), outras qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – são consideradas pelo delegado para o indiciamento final, como a impossibilidade de defesa da vítima e o motivo torpe. O homem ainda será indiciado por tentativa de homicídio, pois ele também efetuou disparos contra o genro de Elisane.

Relembre

O homem de 42 anos não teve o nome revelado pelas autoridades policiais. Ele segue preso na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva). Foi detido pela Brigada Militar logo após o crime, por volta de 0h30 do dia 25. Elisane estava com o filho e o genro em casa, quando o ex-companheiro dela invadiu a residência e efetuou disparos com um revólver calibre 38, cromado. A mulher chegou a ser socorrida e encaminhada para o Hospital São Sebastião Mártir, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu enquanto recebia atendimento. Dois filhos de Elisane – um que estava no local e o outro que chegou à casa após o crime – conseguiram conter o acusado até a chegada dos policiais.

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No local, foram apreendidos a arma usada no crime, cinco munições deflagradas e um celular. O homem levado à Peva já havia sido preso em 2016, por agressões contra outra ex-companheira, no Bairro Santa Tecla, também em Venâncio Aires. A crescente onda de feminicídios no Vale do Rio Pardo preocupa as forças de segurança. A região vinha contabilizando poucos casos nos últimos anos, mas, somente nesses três meses, entre 1º de maio e a última segunda-feira, houve cinco crimes – dois em Santa Cruz, dois em Candelária e o mais recente em Venâncio. Em entrevista à Rádio Gazeta na semana passada, o delegado regional Luciano Menezes disse que um trabalho em relação aos feminicídios deve ser feito.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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