Foi condenado na Justiça um homem de 60 anos, apontado como o autor de dois ataques sexuais a adolescentes na metade do ano passado no Bairro Goiás, em Santa Cruz do Sul. Em decisão assinada pelo juiz Assis Leandro Machado, titular da 2ª Vara Criminal do município, o réu foi sentenciado pelo crime de importunação sexual (duas vezes), terminando com uma pena de quatro anos e quatro meses de reclusão, em regime inicial semiaberto.

O delito imposto ao acusado já havia sido apontado no inquérito assinado pela delegada Raquel Schneider, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Contudo, a tipificação foi alterada na denúncia do Ministério Público (MP) pelo promotor Eduardo Ritt, que entendeu que o réu tinha cometido estupro de vulnerável.

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Na sentença do juiz Assis, no entanto, os casos foram considerados novamente como importunação sexual. A defesa do réu apelou contra a condenação. Já o MP também apresentou recurso, mas para o reconhecimento do crime de estupro de vulnerável, com pena mais pesada. As ações do agressor ganharam repercussão a partir de uma reportagem da Gazeta do Sul sobre um dos ataques apurados, registrado no dia 5 de julho do ano passado.

Na data, por volta de 12h15, uma estudante de 13 anos seguia pela Rua Carlos Trein Filho na direção de casa, após aula na Escola Goiás, quando foi abordada. Após chamá-la de “delícia”, o homem de 60 anos abaixou as calças e mostrou o órgão sexual para ela. A menina ficou muito nervosa. Um comerciante viu a situação, foi ao local e imobilizou o acusado. Outras pessoas que estavam por ali chamaram a Brigada Militar (BM), que algemou o agressor e o levou para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).

Depois, ele foi liberado. Descobriu-se mais tarde que antes desse ataque, no dia 3 de maio, ele já havia realizado uma abordagem semelhante. Por volta do meio-dia, na Rua Tabelião Rudi Neumann, atacou uma menina de 10 anos que seguia a pé para casa depois da escola, e também mostrou as partes íntimas.
Ela conseguiu se desvencilhar e ele fugiu. Imagens de câmeras mostraram o homem correndo, com um guarda-chuva, por algumas ruas nas imediações do Bairro Goiás.

Por fim, a prisão

Os dois casos citados, alvos de investigação da DPCA e denúncia do MP, ilustram uma sequência de delitos do tipo cometidos pelo mesmo homem na cidade há mais de 20 anos, quase sempre perto de escolas, mostrando partes íntimas para estudantes na faixa de 10 a 14 anos. Em muitas ocasiões ele chegou a ser detido por adultos que estavam perto do local, até a chegada da BM.

Contudo, logo após levá-lo à delegacia, o acusado era liberado. No dia 11 de julho, depois de muitos registros, foi efetivada pela primeira vez a prisão preventiva do homem de 60 anos, autorizada pela Vara da Infância e da Juventude após pedido da delegada Raquel Schneider. O nome do condenado foi mantido em sigilo pela Justiça. Ele permanece no presídio.

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