Polícia

Autor confesso na investigação, Servo Tomé da Rosa se mantém em silêncio em audiência

Em silêncio. Orientado pelo defensor público Arnaldo França Quaresma Júnior, o pedreiro Servo Tomé da Rosa, de 69 anos, réu no processo que analisa o feminicídio de Heide Juçara Priebe, de 63, ocorrido em 8 de julho, optou por não se pronunciar na audiência de instrução do caso. A sessão, presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse, foi realizada na tarde desta sexta-feira, 28, na 1ª Vara Criminal do Fórum de Santa Cruz do Sul, onde o processo tramita.

O Portal Gaz acompanhou a audiência com exclusividade. Servo foi levado do Presídio Regional, onde cumpre prisão preventiva, até o Fórum, às 13h45, por uma escolta da Polícia Penal. Além dele, foram intimados a depor a delegada responsável pelo inquérito Raquel Schneider; um brigadiano que atuou na ocorrência, no dia do fato; e um dos filhos de Heide, Franklin Elimar Fetzer. Também, pessoas que presenciaram e registraram o crime em fotos e vídeos foram arroladas pelo Ministério Público (MP) e prestaram depoimento.

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Foto: Bruno Pedry

A sessão foi acompanhada pelos outros filhos de Heide, Jean e Aline. Em entrevista ao Portal Gaz, Franklin lembrou da mãe e detalhou como a família vem acompanhando o andamento do processo. “Foi um dia muito triste, porque precisamos reviver de novo a dor e os momentos que passamos em julho. Mas também é um sentimento de justiça que buscamos pela perda da nossa mãe. A dor que a nossa família sente é muito grande e a gente quer que a Justiça entenda e cumpra o seu papel diante do crime brutal que aconteceu com minha mãe”, comentou o filho.

A audiência foi finalizada às 16h30. Agora, após uma série de alegações finais das partes, será divulgada a sentença de pronúncia. A juíza Márcia Doebber Wrasse vai decidir se existem de fato indícios do delito, se o acusado pode ser o culpado e se, por se tratar de um crime doloso contra a vida, o processo vai ser julgado por um tribunal do júri e não por um juiz singular.

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Relembre o crime

O caso aconteceu no fim da tarde de 8 de julho, na Travessa Tenente Barbosa, no Centro de Santa Cruz do Sul. Servo atirou à queima-roupa contra a cabeça e o braço de Heide. No último disparo, que provocou a morte, o projétil entrou pela lateral do corpo e atingiu o pulmão. Embora tenha sido levada ao Hospital Santa Cruz (HSC), Heide morreu ainda naquela noite. Servo foi detido em flagrante pela Brigada Militar depois de cometer o crime.

Ele tentou se matar com um tiro no peito, mas sobreviveu após receber atendimento. Foi conduzido ao presídio logo após deixar o HSC, na tarde de 11 de julho, pelos policiais da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Ainda na casa de saúde, à delegada Raquel Schneider, ele chegou a confessar o crime, descrevendo em ordem cronológica a violência contra Heidi, alegando que não aceitava o fim do relacionamento.

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Ele foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo MP por perseguição, violação de domicílio e homicídio triplamente qualificado. As qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – foram elencadas por feminicídio (fato de a vítima ser mulher), motivo torpe (término do relacionamento) e recurso que dificultou a defesa da vítima (o fato de Heide ser pega de surpresa com a ação do homem).

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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