No apagar das luzes de 2022, um dos assassinatos mais emblemáticos do ano em Santa Cruz do Sul ganhou uma novo desdobramento jurídico. A juíza Márcia Inês Doebber Wrasse, da 1ª Vara Criminal, proferiu a sentença de pronúncia para o pedreiro Servo Tomé da Rosa, de 70 anos, autor confesso do feminicídio de Heide Juçara Priebe, de 63. Isso significa que o réu, atualmente preso preventivamente no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, será julgado em júri popular.
Servo responde por perseguição, violação de domicílio e homicídio triplamente qualificado. As qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – foram elencadas por feminicídio (vítima ser mulher), motivo torpe (término do relacionamento) e recurso que dificultou a defesa da vítima (o fato de Heide ser pega de surpresa com a ação do homem).
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A Defensoria Pública, que faz a defesa do acusado, ainda tem como interpor recurso contra a sentença de pronúncia, até para eliminar alguma qualificadora, o que pode atrasar a marcação do julgamento. Até o momento, o caso, que aconteceu no dia 8 de julho, tramitou com certa agilidade na esfera jurídica. Na data, Servo atirou à queima-roupa contra a cabeça e o braço de Heide, na Travessa Tenente Barbosa, no Centro de Santa Cruz.
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No último disparo, que provocou a morte, o projétil entrou pela lateral do corpo e atingiu o pulmão. Embora tenha sido levada ao Hospital Santa Cruz (HSC), Heide morreu ainda naquela noite. Servo foi detido em flagrante pela Brigada Militar depois do crime. Ele tentou se matar com um tiro no peito, mas sobreviveu após receber atendimento.
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Foi conduzido ao presídio logo após deixar o HSC, na tarde de 11 de julho, pelos policiais da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Ainda na casa de saúde, à delegada Raquel Schneider, confessou o crime e descreveu em ordem cronológica a violência contra Heidi, alegando que não aceitava o fim do relacionamento.
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No dia 15 de julho, o inquérito foi remetido ao Poder Judiciário e já no dia 21 do mesmo mês o promotor de Justiça Flávio Eduardo de Lima Passos encaminhou a denúncia do caso à 1ª Vara Criminal. Em audiência de instrução, na tarde de 28 de outubro, o pedreiro, que completou 70 anos na última quarta-feira e havia confessado o crime na fase policial, preferiu se manter em silêncio por orientação do defensor público Arnaldo França Quaresma Júnior.
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Além dele, prestaram depoimento a delegada Raquel Schneider; um PM que atuou no dia do fato e um dos filhos de Heide, Franklin Fetzer, bem como pessoas que presenciaram e registraram o crime em fotos e vídeos e que foram arroladas pelo Ministério Público. A expectativa é que o júri popular de Servo aconteça em 2023.
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