Um feminicídio registrado em 2019 teve desfecho nos tribunais na tarde desta sexta-feira, 30, no Fórum de Vera Cruz. Aldenir Pereira, de 40 anos, foi condenado a 12 anos de prisão pelo assassinato da ex-companheira Jaqueline Ritzel. A acusação foi de homicídio duplamente qualificado, com as qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – elencadas pelo feminicídio (fato de a vítima ser mulher) e recurso que dificultou a defesa da vítima (pois ele a matou a facadas, de surpresa, sem que ela esperasse o ataque).
Quatro mulheres e três homens julgaram as ações do réu. A sessão foi conduzida pela juíza Fernanda Rezende Spenner. Conforme a denúncia assinada pela promotora de justiça Maria Fernanda Cassol Moreira, o réu assassinou Jaqueline no dia 28 de março de 2019, por volta das 9 horas, na localidade de Linha do Rio, interior de Candelária, na divisa com o município de Vale do Sol.
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No dia do fato, Aldenir foi até a casa onde Jaqueline morava com a mãe, que no momento se organizava para preparar o almoço da família. A mulher de 23 anos e o réu tinham namorado por dois anos e estavam separados há um mês. Segundo um parente da vítima, o homem já havia ameaçado ela após o término. Naquela manhã, diante na negativa da mulher em reatar o relacionamento, o denunciado puxou ela pelos cabelos e a levou até o pátio.
Na área externa, sacou da cintura uma faca, modelo cabo de chifre, e desferiu diversos golpes contra ela, atingindo rosto, peito e braços. Depois de a vítima já estar lesionada no chão, o autor ainda teria a atingido nas costas. Jaqueline era a mais nova de nove irmãos e ajudava a família na lavoura de tabaco. Ela morreu devido à hemorragia por causa dos golpes.
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“Punição deve ser exemplar”, diz promotora
Após o delito, Aldenir fugiu para a cidade de Candelária, porém foi preso em flagrante pela Brigada Militar na beira da estrada. Ele já tinha antecedentes por posse de drogas e furto. No júri desta sexta-feira, Aldenir foi defendido pelos defensores públicos Willian Cristiano de Souza e Cláudio Rodrigues Júnior. Ele confessou o crime.
Depois de finalizada a sessão, a promotora Maria Fernanda Cassol Moreira conversou com o Portal Gaz. “Com certeza se fez justiça, porque o crime foi bárbaro. A vítima foi morta a facadas, na presença da mãe dela, apenas porque ela se negava a retomar o relacionamento. Nesses casos, a punição deve ser exemplar, para demonstrar que não se pode admitir mais a violência contra a mulher, especialmente no contexto doméstico e familiar”, comentou Maria Fernanda.
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Depois da sentença, o homem de 40 anos foi conduzido ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.
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