O Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos é lembrado nesta sexta-feira, 5. A data foi criada com o objetivo de alertar a população sobre automedicação e uso indiscriminado de medicamentos, ações que podem oferecer riscos à saúde. Além do manuseio da dose e do tempo correto, o uso racional de remédios contempla conservação e descarte. A Gazeta do Sul procurou uma especialista na área para falar sobre o assunto.
“Não podemos esquecer que a automedicação existe e os dados são bem preocupantes. O ato de ingerir medicamentos de modo domiciliar deve ser feito mediante prescrição médica para que não haja perigo de intoxicação”, ressalta a farmacêutica clínica do Hospital Santa Cruz, Rochele Mosmann Menezes. Para que se torne seguro ingerir esses produtos por conta própria, alguns fatores devem ser considerados.
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O primeiro deles é a existência de uma doença prévia, se a pessoa possui alguma comorbidade. “Uma dor de cabeça, por exemplo, pode ser uma simples enxaqueca ou pode ser hipertensiva, ou mesmo ter outros motivos. A pessoa precisa se conhecer para conseguir identificar a causa”, explica. Para não ocasionar a superlotação dos postos de saúde ou alas de pronto-atendimento de hospitais, uma das alternativas é pedir auxílio para farmacêuticos em farmácias comerciais.
Todas as farmácias de Santa Cruz do Sul contam com farmacêuticos com habilitação técnica e capacidade para orientar os pacientes. E alguns desses estabelecimentos oferecem o serviço farmacêutico completo. “A pessoa explica o que está sentindo e o profissional vai orientar. É possível também que seja realizada a aferição de pressão e o teste de glicose. Essa é uma forma de conseguir reduzir a demanda nos hospitais.” Outro ponto destacado por Rochele é a prevenção. “É importante para que não se deixe chegar ao extremo”, reitera.
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Uma das dificuldades relatadas por algumas pessoas que fazem uso de remédios é o ato de engolir. Dentro do Hospital Santa Cruz, Rochele diz que é preciso se adaptar à realidade de cada paciente. “Precisamos aprender a particularidade de cada medicamento – se ele pode ser triturado, repartido ou diluído em água, para que fique mais confortável.” Em alguns casos, pode perder parte do efeito, mas não há outra opção para seguir o tratamento. “É melhor ingerir uma parte do que nada; sempre vamos por essa lógica”, explica a profissional.
Assim como há opção de manuseio, é comum que os profissionais também incentivem outras boas práticas. Rochele enfatiza que, para além dos medicamentos, existem outros métodos para tratar doenças. “Viemos de uma cultura muito relacionada ao medicamento, mas o tratamento pode ser uma caminhada, ioga ou outra atividade. Os profissionais precisam fornecer alternativas.”
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A farmacêutica reforça que o melhor caminho é ver o que é realmente efetivo para cada paciente. “Sempre ver o contexto, às vezes o único tratamento possível é por meio de medicamentos. Mas é importante também buscar outras possibilidades. Em Santa Cruz, temos disponíveis para a comunidade as Práticas Integrativas e Complementares, que foram muito importantes para ajudar na desmedicalização”, comenta.
A profissional ressalta que um dos maiores problemas são os organizadores. “Esses objetos vêm com uma ideia muito bacana, mas às vezes não seguem a proposta inicial de realmente organizar os medicamentos”, afirma. O maior erro dos pacientes é destacar as unidades de suas embalagens metálicas originais, chamadas de blisters.
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Além de tornar o remédio menos eficaz, por causa da absorção de umidade, fica quase impossível identificá-lo sem a embalagem. “Quando chega um paciente no hospital com os medicamentos desse jeito no organizador, dificulta saber qual o efeito deles e se realmente estão tendo efetividade”, salienta. Abrir e fechar o organizador por mais de uma vez também é prejudicial. “O medicamento acaba absorvendo as partículas de umidade, o que muitas vezes se torna visível, por ficar com aspecto inchado.”
A forma correta de utilizar esses objetos, segundo Rochele, é recortar o medicamento dentro da embalagem original para deixá-lo protegido no organizador. Se a pessoa costuma usar rotineiramente, deve também colocar o nome e a validade do produto – seja colando um recorte da embalagem no próprio organizador ou escrevendo em uma folha separada os remédios que são administrados. “Precisamos saber o que há nos organizadores, por isso é importante que a população atente para a utilização correta.”
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A forma mais usual de armazenar os medicamentos é na embalagem original, fora de lugar úmido e sem contato com luz direta. Produtos com a data de validade expirada não devem ser ingeridos. A forma correta de descarte desses itens é em pontos de coleta disponíveis no município, pois exigem um tratamento específico. “Os medicamentos não podem ser descartados de maneira alguma em lixo comum. Assim, é necessário que a pessoa busque por farmácias que façam o recebimento ou entre em contato com a Secretaria de Saúde do município para se informar”, detalha Rochele.
Em Santa Cruz do Sul, as unidades de saúde estão engajadas em uma campanha de conscientização sobre o tema, com confecção de murais, distribuição de fôlderes e conversas com a população a fim de alertar quanto aos riscos causados pela automedicação.
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De acordo com a diretora de Ações e Programas de Saúde, Thais Wartchow Weiss, os profissionais do Município dedicam o mês de maio para repassar aos pacientes informações sobre a importância de administrar os medicamentos na quantidade, dosagem e hora certas, conforme orientações médicas e farmacêuticas, para evitar dependência ou intoxicação.
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Os estudantes do módulo de “Estágio em Saúde Pública” do curso de Farmácia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) realizam, durante o mês de maio, ações de conscientização para o uso racional de medicamentos. As atividades ocorrerão em unidades de saúde e no Centro de Referência em Assistência Social (Cras) Beatriz.
Entre as ações estão atividades educativas sobre o uso racional de medicamentos, com todas as especificações, assim como o descarte correto e o armazenamento. Os estudantes também farão alertas para a população sobre o uso de medicamentos por indicação de outras pessoas que não sejam profissionais da saúde.
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