Embora abril seja a data-base dos servidores municipais em Santa Cruz do Sul, a Prefeitura ainda não tem previsão de quando vai apresentar uma proposta de reajuste salarial. Essa semana, o secretário de Administração, Vanir Ramos de Azevedo, disse que, em função da crise financeira, por enquanto não há garantia de que será possível sequer repassar a reposição inflacionária (6,58%). A equiparação com o piso nacional dos professores (7,64%) também não está confirmada ainda.
No início de março, o Sindicato dos Funcionários Municipais (Sinfum) protocolou, após assembleia, um pedido de 15% de aumento tanto no salário quanto no auxílio-alimentação. Atualmente, a folha da Prefeitura consome R$ 12 milhões a cada mês – destes, R$ 9 milhões correspondem ao quadro geral e o restante ao magistério (que inclui, além de professores, supervisores, psicopedagogos e orientadores educacionais).
Segundo Azevedo, o governo não se manifestou até o momento porque ainda está “analisando o cenário”. “Continuamos trabalhando com a ideia de oferecer a inflação e o piso, mas hoje não conseguimos dizer nem quando nem de que forma”, afirmou. A insegurança se deve às dificuldades que vêm sendo enfrentadas pelos municípios desde o ano passado em razão da recessão econômica no País. O principal problema, de acordo com ele, são os repasses do Estado e da União para áreas como saúde e educação, que a Prefeitura teme não receber em dia.
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“No atual cenário, temos que ter responsabilidade. Temos praticamente a garantia de que vamos conseguir pagar a folha em dia até o fim do ano, mas o nosso medo é aplicar um reajuste”, observou. Cálculos da Administração apontam que apenas um reajuste de 5% – abaixo da inflação e do piso – poderia representar um acréscimo de mais de R$ 7 milhões na folha.
Ainda conforme Azevedo, independente do índice que for oferecido, a Prefeitura terá que fazer “algum sacrifício”, como adiar obras ou suspender investimentos. “Não vamos pagar a folha com folga”, concluiu. Para o reajuste ser incluído já no pagamento de abril, o Executivo teria que bater o martelo sobre o percentual até o fim desta semana, o que não deve acontecer.
O QUADRO
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3,2 mil é o número de servidores vinculados à Prefeitura atualmente
Funcionalismo está “apreensivo”
Líderes dos sindicatos que representam o funcionalismo e o magistério dizem considerar inaceitável qualquer proposta que não contemple a correção da inflação. Segundo o vice-presidente do Sinfum, Alexandre Paulus, a categoria está “apreensiva”. “Sabemos que a Prefeitura tem condições de dar a inflação e mais. Se a situação está tão ruim, por que anteciparam o 13º salário?”, questionou. Conforme Paulus, a valorização salarial dos servidores não deve ser vista como “custo” e sim como “investimento”.
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