Um problema sério tem preocupado a comunidade escolar de Santa Cruz do Sul: a automutilação. Somente em março, conforme informações do Conselho Tutelar, foram registrados cinco casos. De acordo com a psicologia, a automutilação é o ato de causar dor ou danos superficiais ao próprio corpo, devido a uma alteração no comportamento, como isolamento e mudanças drásticas de humor.
A presidente do Conselho Tutelar de Santa Cruz do Sul, Janete Franken, disse em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, que este é um problema silencioso. Por isso, segundo ela, é importante os pais ou pessoas próximas prestarem atenção nas alterações comportamentais. Ela alerta ainda para outro problema no ambiente escolar: o bullying.
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O número de alunos submetidos a estas situações também vem crescendo nas escolas estaduais e municipais de Santa Cruz. São registrados, em média, de dois a três casos por semana. Janete ressalta que esses problemas foram reforçados após os anos de isolamento social causados pela pandemia de Covid-19. “Isso acontece mais do que a gente imagina, pode estar muito perto de nós e não nos damos conta.”
A presidente explica que o Conselho vem realizando um trabalho de prevenção nas escolas, com intuito de alertar e informar os pais, para que estejam atentos ao comportamento dos filhos. Para quem sofre bullyng, a situação não é brincadeira, não tem graça, pode deixar marcas – e levar à automutilação. “Não existe um fator específico, geralmente é uma série de coisas, como conflitos familiares, situações que acontecem na escola, que acabam isolando o adolescente. Em uma maneira de tirar a dor do peito e transferi-la para outro lugar, eles se mutilam em pernas e braços”, explica Janete.
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Apesar do trabalho constante do Conselho Tutelar, Janete salienta que valores como o respeito ao próximo deve ser ensinado em casa. “Os pais têm que ter consciência em casa, de como eles encaminham esse aluno para escola e quais valores eles têm. A questão do respeito e empatia, isso está faltando.” Segundo ela, quando o Conselho é acionado para casos de bullying, é porque já está em um grau mais elevado, algo que foi falado previamente com os pais, mas não foi resolvido.
Os dados do Conselho Tutelar mostram que estudantes entre 12 e 15 anos são as principais vítimas de bullying e de automutilação. “A fase da adolescência envolve assuntos como necessidade de autoafirmação, baixa autoestima, mudanças corporais e de temperamento. Além disso, às vezes o adolescente não consegue lidar com o não, os pais querem que ele estude, mas a partir de uma determinada idade já está pensando em namorar, e quando ele recebe uma negativa, pode ser motivo para isso”, frisa Franken.
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Apelidos pejorativos, constrangimento público e ataques físicos são alguns dos problemas enfrentados por quem é vítima de bullying. A lei, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em 2016, caracteriza o bullying como todo ato de “violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”.
Com informações da Rádio Gazeta
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