O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na noite dessa quarta-feira, 4, a décima alta consecutiva da Selic – taxa básica de juros da economia brasileira, determinada pelo governo -, chegando ao percentual de 12,75% ao ano. A taxa anterior era de 11,75%. Isso representa alta de 1 ponto percentual. Com o aumento, o que mais se fala é no impacto disso nos investimentos, que tende a ser positivo. Mas, infelizmente a grande maioria da população não é investidora, mas sim endividada, e os reflexos dessa mudança são em todo o mercado. E, no dia a dia da população consumidora, esses impactos são na maioria das vezes negativos.
Isso acontece porque, quando a taxa Selic aumenta, a tendência é de que outras taxas de juros também aumentem. Ou seja, quem precisa fazer parcelamentos, financiamento ou tem que fazer dívidas tendem a pagar juros maiores, pagando, consequentemente, uma conta maior. E o resultado dessa alta pode ser ainda mais cruel, podendo impactar também nas dívidas já existentes. Assim, juros de cheque especial ou de cartão de crédito, por exemplo, que já são exorbitantes, devem aumentar ainda mais.
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A alta também impacta na realização de sonhos como o do carro novo e da casa própria, aumentando os juros de crédito da população – empréstimos e financiamentos -, complicando e limitando a capacidade de consumo. A orientação nessa hora é analisar bem as contas e começar a trabalhar para uma maior estabilidade financeira, não criando complicações futuras.
Investimentos
Aos que não estão endividados e, melhor ainda, possuem o costume de poupar para realizar objetivos de vida, a alta da Selic é uma boa notícia. Ficando mais rentáveis as aplicações de renda fixa em que o rendimento é atrelado a essa taxa, como os CDBs pós-fixados, os fundos DI, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e títulos negociados via Tesouro Direto.
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Poupança
Uma característica à parte é a poupança, que já atingiu a trava. Para entender melhor é preciso lembrar que no passado o Governo Federal criou uma trava na relação entre a poupança e a Selic. Assim, quando a Selic ultrapassa 8,5% ao ano, a poupança rende um teto de 0,5% ao mês mais a taxa referencial (uma taxa calculada diariamente, também pelo governo, tendo como base as taxas cobradas pelas 20 maiores instituições financeiras do país). Ou seja, independentemente da Selic estar em 8,5%, 12% ou 20% o rendimento continuará sendo 0,5%, mais a TR. Contudo, não é possível afirmar que a poupança deixou de ser um investimento interessante.
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