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AUDIOVISUAL

Auditório lota na primeira noite do 7º Festival Santa Cruz de Cinema

Foto: Alencar da Rosa

A diversidade do Brasil esteve em evidência na abertura do 7ª Festival Santa Cruz de Cinema. A abertura, na noite dessa terça-feira, 3, ficou marcada pelo espaço lotado, demonstrando que o evento se consolidou entre as atrações culturais do município. O público aplaudiu, riu, emocionou-se e se envolveu com os primeiros sete filmes reproduzidos. Na telona, as obras mostraram a riqueza cultural do País, com representantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul, de gêneros variados.

Até quinta-feira, 5, o auditório central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) vira o Palácio dos Festivais, de Gramado, com a exibição dos curtas-metragens da mostra Nacional e Olhares Daqui. O evento é gratuito e aberto para toda a comunidade.

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As sessões começam às 19 horas, sempre com a apresentação de sete curtas-metragens. Em seguida, o público tem a oportunidade de participar de um bate-papo com os idealizadores das produções.
Para o presidente da Associação Santa Cruz de Cinema e Audiovisual, Leonel Aires, o festival contribui para a formação de mais entusiastas da sétima arte. Em especial, os estudantes que acompanham o evento. Além disso, Leonel enfatizou a diversidade de histórias e narrativas presentes na abertura.

Presença da mulher no campo é tema de curta local

A primeira obra exibida na telona foi o documentário Margaridas, que compete na Mostra Olhares Daqui. Gravado no interior de Santa Cruz e Venâncio Aires, o documentário ganha força pelos interessantes relatos de mulheres sobre o trabalho e a vida no campo. As entrevistadas, de diferentes gerações, narram suas rotinas e a relação com o meio rural.

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Sob a direção de Bruna Richter Eichler, que também dá seu relato, o filme ganha importância não só por escutar, mas também dar voz às mulheres, evidenciando a importância feminina no campo. Esse papel ganha mais força com os depoimentos da doutora em Educação da Unisc Cristina Luisa Bencke Vergutz.

Ao final da exibição, o público levantou-se para ovacionar a obra. Participaram alunos da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc) e as personagens do filme, acompanhadas por amigos e familiares.

Potencial da indústria criativa

Em paralelo à exibição, ocorre hoje à tarde, às 14 horas, o painel Colaboração entre Indústrias Criativas: Cinema, Turismo e Cultura, que irá abordar as oportunidades econômicas do setor audiovisual. No Coworking Cultural, junto à Biblioteca Pública Municipal, estarão presentes o supervisor de Economia Criativa da Embratur, Christiano Braga, além de representantes da Film Commission de Porto Alegre, da Secretaria Estadual de Turismo e do município.

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Risos e comoção na Mostra Nacional

A Mostra Nacional iniciou-se com a comovente animação A Menina Através do Espelho. O desenho lida, de forma lúdica, com a identidade sexual e aceitação. Iuri Moreno aborda o tema de forma instigante, a partir de uma menina transgênero que encontra uma realidade onde é livre para ser quem quiser sem medo. A obra encerrou-se de forma emocionante, sendo elogiada pelo público.

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Na sequência, foi a vez de o público rir e se emocionar com Fitoterapia. O curta-metragem gaúcho chamou a atenção pelas peculiares protagonistas: plantas. Com diálogos bem-humorados, tentam entender a “humana” com quem dividem a casa. As atrizes que dão voz às personagens vegetais roubaram a cena.

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Pequenas Insurreições, o terceiro filme, chamou a atenção pela performance marcante das mulheres que participam de uma entrevista de emprego em uma agência de babá. Durante o processo, formam um vínculo ao compartilhar histórias do trabalho. Desigualdade e desumanidade são sobrepostas na conclusão, arrancando aplausos.

Cava, produção gaúcha sobre o artista Wilson Cavalcanti, veio em seguida. O documentário mostra que a vida do pintor, que atua há seis décadas, faz parte da suas obras. Depoimentos de Cavalcanti e de colegas evidenciam o seu legado. Um verdadeiro incentivo à arte.

Tragédia virou comédia no sexto curta, Big Bang. O mineiro Carlos Segundo conta a história do pequeno Chico, que ganha a vida consertando fornos. No dia em que o pai morre, escapa de um acidente de carro fatal. Após um dia trágico, termina dançando animadamente em um bar, divertindo o público.

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A programação terminou com O Aniversário do seu Lair. O protagonista que dá nome ao filme nega-se a celebrar os 80 anos ao lado da família. Entretanto, a história – que inicia como um drama sobre o envelhecimento e a aceitação da morte – transforma-se numa instigante história sobrenatural. Isso porque Lair recebe inesperados visitantes do além.

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Mostra Olhares Daqui

De Volta Para o Mesmo Lugar, de Lucas Lemes (SCS) – A comédia de ficção científica santa-cruzense envolve um misterioso assistente virtual chamado Alexo. Na história, Carlinhos leva seu carro para a oficina do Jair, que o apresenta à nova tecnologia. Contudo, não imaginava que ficaria em uma estranha repetição temporal. O rapaz precisa se aliar a Tenório, um policial que também instalou o Alexo no seu veículo. Juntos, precisam resolver o mistério e quebrar o ciclo.

Mostra Nacional

Cida tem Duas Sílabas (SP) – A costureira Cida, de 60 anos, precisa assinar um documento em seu trabalho, mas não sabe ler o que diz nele. Com a ajuda da professora de sua neta, Cida se aproxima da alfabetização, ao passo que começa a se questionar sobre coisas que acontecem em seu ambiente de trabalho. Dirigido por Giovanna Castellari, o filme, com 19 minutos de duração, tem chamado a atenção em festivais por todo o País. Também acumula premiações, incluindo de Melhor Curta-metragem e Direção no Festival Internacional do Audiovisual Universitário (Festi Noia) e de Melhor Filme na Mostra Nacional do Cinemaz Festival.

Ao Sol e à Sombra (RS) – Em maio de 2023, a equipe da Casa de Cinema de Porto Alegre esteve na Escola Municipal Neusa Brizola, na Capital, para um projeto de documentário. Nascia Ao Sol e à Sombra, curta-metragem que acompanha as turmas 91 e 92 na produção de um filme que tem como enredo um jogo de futebol. Com direção de Teresa Assis Brasil e Richard Tavares, a película de 18 minutos mostra o processo das filmagens e depoimentos dos alunos. 

Sereia (PR) – Lúcio é uma criança criativa que passa o tempo desenhando sereias. No seu aniversário, recebe da sua mãe um presente surpresa. Contudo, o clima de festa é interrompido pelo pai, um homem intolerante e violento, que se recusa a aceitar as coisas como são. Com 15 minutos, o curta é dirigido por Estevan de la Fuente, cineasta que dedicou sua carreira ao universo LGBTQIA+. Seus trabalhos acumulam prêmios em diversos festivais nacionais e internacionais.

Noz Pecã (RS) – Nesse curta-metragem de terror, Emília precisa descobrir o que está acontecendo com sua irmã Ana, encontrada desacordada na pequena vila onde moram. Tem medo pela mata que cerca o lugar, à medida que escuta uma voz lá de dentro que a chama. Além do estado de saúde da irmã, se vê de cara com os seus maiores pesadelos. Com 15 minutos, a obra marcou a estreia de Aline Gutierres na direção, sendo exibida em festivais internacionais.

Expresso Parador (RJ) – A obra do cineasta carioca JV Santos tem como cenário um ônibus. Isso porque a protagonista, Lidiane Oliveira, uma atriz negra, cruza a cidade no veículo. Correndo contra o tempo, precisa fazer um teste para uma novela, um bico em uma peça de teatro infantil em um shopping e estrear seu espetáculo como protagonista, do outro lado da cidade. Durante a longa viagem, visita seu passado, presente e futuro. Desde que estreou, a obra, com 25 minutos de duração, marcou presença em diversos festivais de cinema.

Morro do Cemitério (MG) – O luto é tema principal da última obra a ser exibida no segundo dia de festival. Nela, um aspirante a rapper de pequena cidade do Brasil tenta sobreviver e ainda produzir sua arte. O curta, com 19 minutos de duração, é dirigido pelo mineiro Rodrigo R. Meireles, renomado cineasta que acumula mais de 30 prêmios e presença em festivais nacionais e internacionais.

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