Visão e audição. Dois sentidos diferentes que se complementam perfeitamente. Um bom leitor também sabe ouvir, e vice-versa, pois consegue extrair das páginas os gritos de uma batalha ou as juras de amor de um casal apaixonado.
Com a vida cada vez mais corrida e, consequentemente, com o tempo mais curto do cotidiano, os livros vão ficando na estante e as histórias mofam por falta de uso. É claro que os leitores clássicos ainda apreciam o contato com as páginas e o cheiro de uma obra recém-saída do forno. No entanto, com o uso massificado de smartphones, a leitura “à moda antiga” acabou perdendo espaço e novas tecnologias foram conquistando a cabeça dos mais jovens.
Os audiolivros (livros gravados), por exemplo, hoje representam uma boa parcela de vendas nas editoras. No Brasil, o consumo aumentou bastante nos últimos anos, seguindo a tendência de um nicho de mercado norte-americano. Para se ter uma ideia, surgiram ainda na década de 80, sobretudo com títulos infantis, nas esquecidas fitas K7 e depois em CDs. Porém, nenhuma das ideias pegou muito bem.
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Os audiobooks ressurgiram com força total nos anos 2000, na carona de diversos aplicativos e com a mão do marketing de grandes empresas, como a Amazon. Existem milhares de títulos disponíveis atualmente, alguns gravados com as vozes dos próprios escritores. Já imaginou ouvir O Iluminado sendo narrado pelo próprio autor, Stephen King?
Os especialistas destacam que tanto o formato impresso como o narrado em áudio têm espaço garantido, uma vez que o consumidor tem o direito de ler ou ouvir o que quiser no momento que melhor lhe convier.
Importante salientar que existem muitos sites com audiolivros grátis para deficientes visuais, sendo o da Fundação Dorina Nowill o maior. A grande maioria é cobrada, sobretudo os que respeitam direitos autorais.
“Qualquer hora, qualquer lugar”
A vida da jornalista Emanuelle Dal Ri, chefe de redação do jornal Gazeta da Serra, em Sobradinho, é bastante corrida. Trabalho, casa, faculdade, família… etc. Muitas vezes só dá tempo de ler à noite, pouco antes de dormir, ritual criado desde a adolescência para ter uma boa noite de sono.
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A leitura de vários títulos, atrasada há tempos, seguia um ritmo lento. Mas ela achou uma solução: os audiolivros. Apaixonou-se desde a primeira obra: O Morro dos Ventos Uivantes, há seis anos. Hoje, acumula um acervo de mais de mil livros em áudio. E está sempre em busca de novos títulos. “Eu lembro da minha infância. Meus avós contavam histórias muito boas, e acho que isso me despertou para os livros em áudio. Estou quase sempre com um fone de ouvido, em volume adequado, claro.”
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