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ÁUDIO: PF intensifica coleta de depoimentos na Operação Camilo

Quatro dias após deflagrar a Operação Camilo, responsável pela prisão de 15 pessoas, dentre elas, o prefeito de Rio Pardo, Rafael Barros, a Polícia Federal intensifica a coleta de depoimentos. A operação apura fraude em contratos do setor de saúde da prefeitura de Rio Pardo. O esquema teria desviado R$ 15 milhões.

Nesta segunda-feira, 1°, o delegado da Polícia Federal em Santa Cruz do Sul, Mauro Silveira, que também é um dos coordenadores da operação, falou com exclusividade para a Rádio Gazeta 107,9. Segundo o delegado, de quarta-feira, 29, até sábado, 30, mais de 30 pessoas já foram ouvidas em Santa Cruz, sede da Polícia Federal. “Muitas coisas não puderam ser feitas antes da deflagração por causa da manutenção do sigilo como, por exemplo, a coleta de prova oral, não só dos próprios investigados, mas de uma série de outras pessoas que estão relacionadas, ou vistas pela ótica de investigadas, ou testemunhas”, explicou.

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Confira a entrevista completa com o delegado Mauro Silveira:

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Segundo o delegado, a partir de denúncias da comunidade rio-pardense, em 2018, é que nasceu a Operação Camilo. “Algumas pessoas, principalmente da região de Rio Pardo, procuraram a Polícia Federal para relatar irregularidades vistas na administração do hospital e alguma possibilidade de relacionamento com pessoas ligadas ao Poder Executivo, então a criação da operação, denominada Camilo, tem a participação da comunidade de Rio Pardo”, relatou.

Durante a entrevista, o delegado Mauro Silveira relatou como era o esquema criminoso de desvio de recursos públicos. Segundo ele, foi detectada a fraude em um repasse de valores da União e do Estado do Rio Grande do Sul para a prefeitura de Rio Pardo. “A Prefeitura, por sua vez, realizou um processo de chamamento público, semelhante a um licitatório, embora não seguisse corretamente as regras. Neste chamamento foi escolhida uma organização social que, ao se estabelecer no município, a partir da subcontratação de uma série de outras empresas a prestarem serviço dentro do hospital, ela passa a fazer esse desvio detectado na ordem de R$ 15 milhões.”

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Além de Rio Pardo, a Operação Camilo ocorreu nos municípios gaúchos de Porto Alegre, Butiá, Canoas, Capela de Santana, Gravataí, Cachoeirinha, São Leopoldo, Guaíba, Portão, Cacequi e São Gabriel, além das cidades paulistas de São Paulo e São Bernardo do Campo, na cidade do Rio de Janeiro, e em Florianópolis e São José, no Estado de Santa Catarina. Em Rio Pardo, a atuação principal da quadrilha era junto ao Hospital Regional, conforme afirmou o delegado da Polícia Federal.

Segundo Mauro Silveira, a fraude fica evidenciada quando a organização social, após assumir o Hospital Regional, na chamada terceirização, envolve outras empresas no esquema. O delegado complementou dizendo que todas as empresas foram contratadas pela Associação Brasileira de Assistência Social, Saúde e Inclusão (Abrassi), que administrava o Hospital Regional.

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Questionado sobre o papel do prefeito Rafael Barros na organização, o delegado preferiu não individualizar a informação.”Nós estamos ainda num processo bem significativo de coleta de provas e eu não gostaria de tratar de forma individualizada de cada um dos investigados, até porque nos é exigido ainda um certo grau de sigilo em relação às condutas individuais de cada um”, pontuou Silveira. Além disso, declarou que o envolvimento no esquema vai além das 15 pessoas presas na quarta-feira, 24.

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Prisão prorrogada

Neste domingo, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região prorrogou as 15 prisões ocorridas na Operação Camilo. A decisão de prorrogar as prisões temporárias foi do relator do inquérito, desembargador da 8ª Turma da Corte Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz. O prazo foi estendido por mais cinco dias e finda à meia noite de sexta-feira.

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Conforme o delegado, há muito material que foi apreendido e que precisa ser analisado pela Polícia Federal. “É uma gama muito grande. Temos uma sala hoje na delegacia cheia de malotes e além de material físico documental, nós temos computador, aparelhos celulares e isso tudo precisa ser analisado. Temos meses pela frente de muito trabalho”, concluiu.

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