ÁUDIO: empresários da região são alvos do “golpe da facção”

“Aqui quem fala é o Serginho. Sou uma das primeiras vozes dos Bala na Cara. Irmãos de Santa Cruz do Sul não param de me trazer informações que você anda denunciando o nosso tráfico de drogas, atrasando o lado da nossa família.” Mensagens como essa causaram medo a comerciantes e outros empresários de Santa Cruz do Sul e região ao longo das últimas semanas.

Enviadas via áudio de WhatsApp por supostos integrantes de organizações criminosas armadas, voltadas ao comércio de entorpecentes, as mensagens possuem um tom ameaçador. Na maioria delas, os autores afirmam ter descoberto que o responsável pela determinada loja estaria repassando informações sobre o tráfico de drogas à polícia. Além dos áudios em que se dizem integrantes da facção gaúcha, em outros afirmam ser do Comando Vermelho, organização criminosa do Rio de Janeiro.

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Para evitar um “derramamento de sangue”, exigem dinheiro. Casos do tipo já haviam sido denunciados pela Gazeta do Sul em novembro do ano passado. A abordagem, no entanto, era diferente. Na ocasião, pessoas se passando por líderes da facção Os Manos diziam que perderam dinheiro em razão de prisões de comparsas e apreensões de drogas e armas, efetuadas pelas forças de segurança na cidade, e que precisavam de valores. Caso contrário, pessoas ligadas ao crime, que moravam perto dos estabelecimentos, iriam causar danos às lojas e a eles.

Para a Polícia Civil, os áudios enviados no ano passado e mais recentemente, apesar de assustarem as vítimas, não passam de fraudes já conhecidas no meio policial pelo nome de “golpe da facção”. Estelionatários vêm usando o nome das organizações criminosas para extorquir e lucrar impondo medo aos lojistas. “As ameaças ocorrem por meio de arquivos de áudio, em que aparentemente o sotaque é nordestino. A orientação é registrar ocorrência junto à Polícia Civil, não fazer nenhum tipo de pagamento ou transferência e bloquear o número usado pelos criminosos”, disse o delegado Marcelo Chiara Teixeira, responsável pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).

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A reportagem teve acesso a alguns dos áudios enviados a comerciantes da região. “Provavelmente, essas mensagens partem de pessoas de dentro de estabelecimentos prisionais de fora do Estado. É importante alertar a população, para que não caia nesses golpes”, complementou o delegado da Draco.

Estelionatário se identifica no primeiro áudio
No segundo áudio, homem intimida a vítima

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Guilherme Bica

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Guilherme Bica

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